Fachin precisa explicar o que disse a Dallagnol para ser considerado “deles”
Em nova leva de diálogos entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, além das já corriqueiras ilegalidades que vão se avolumando, um trecho em especial precisa ser devidamente esclarecido.
Flagrantemente deslumbrado e com a maturidade de uma criança da pré-escola, Deltan resume tudo com uma frase que deveria entrar para os anais da comunicação institucional que se produziu na “República de Curitiba”:
“Caros, conversei 45 m com o Fachin. Aha Uhu o Fachin é nosso”
Seria só patético se aí não estivesse envolvido um ministro da Suprema Corte brasileira que a julgar pela fanfarronice do emissário da mensagem, mostrou-se completamente alinhado com o que agora está sendo comprovado como uma verdadeira organização criminosa dentro do sistema de justiça do país.
Como é do conhecimento até do reino mineral, Fachin se notabilizou como um dos mais ferrenhos carrascos de Lula dentro do STF a ponto, inclusive, de mandar para o plenário da Corte um pedido de liberdade do ex-presidente que a rigor deveria ser analisado pela segunda turma.
A coisa se deu no dia 25 de junho de 2018, bem depois, portanto, da tal conversa travada em julho de 2015.
Com essa decisão, de uma só vez fez com que o recurso impetrado pela defesa saísse das mãos dos juízes naturais (segunda turma), tivesse seu julgamento adiado para o segundo semestre do ano tendo em vista o recesso de julho e, de quebra, se deparasse – ao contrário da segunda turma – com uma maioria formada do plenário contrária ao pedido.
Não deu outra, uma vez julgado pelos onze magistrados, o pedido foi negado e Lula continuou preso.
Esse é apenas um único exemplo das, digamos, manobras regimentais realizadas por Fachin para afastar toda e qualquer possibilidade de êxito da defesa de Lula no âmbito do STF.
Agora com essas novas revelações, já posteriores ao não menos famoso “In Fux we trust”, Fachin precisa responder porque foi considerado por Deltan Dallagnol um ministro “deles”, ou seja, subordinado à força tarefa da Lava Jato.
Ao que tudo vai se desenhando, já não seria surpresa para mais ninguém se viéssemos a confirmar que o conluio que tirou o ex-presidente Lula da corrida eleitoral e o aprisionou nas masmorras frias da Superintendência da PF em Curitiba abrange rigorosamente todas as instâncias do judiciário brasileiro.
Que Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e demais procuradores cometeram crimes no decurso da operação Lava Jato, ninguém mais duvida.
A questão agora recai sobre desembargadores e ministros dos mais altos escalões do poder judiciário brasileiro.
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