Em entrevista à XP Investimentos, o ministro da Justiça defendeu medidas mais rígidas contra os que descumprirem as medidas sanitárias, ao contrário do que defende Jair Bolsonaro
Em entrevista à XP Investimentos nesta segunda-feira, 6, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu o uso da força para adoção das medidas sanitárias tomadas pelo governo. A proposta vai ao encontro do que foi defendido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que prorrogou o isolamento no Estado por mais 15 dias nesta tarde. Para o governador paulista, pessoas que estiverem fora de casa durante a quarentena serão orientadas a voltar para casa pela Polícia Militar, mas caso insistam poderão ser presas. Moro defendeu a medida.
O ministro declarou que uma portaria do Ministério da Justiça, feita em conjunto com o Ministério da Saúde, em março, já previa a ação coercitiva da polícia para quem descumprisse as regras de quarentena. Porém, para ele, é “preciso manter os serviços essenciais” funcionando, portanto a medida seria somente realizada contra quem descumprisse a quarentena sem necessidade.
O apoio de Moro a medidas mais restritivas em defesa do isolamento social, ao estilo do que fez Doria, entra em choque com o que é defendido por Jair Bolsonaro, que se colocou frontalmente contra medidas de isolamento social, afirmando que o coronavírus é apenas uma “gripezinha”. Segundo jornalistas em Brasília, ele também havia decidido demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem seguido as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) a favor do isolamento.
O ministro da Justiça, entretanto, não comentou a crise entre o governo federal e os Estados e entre Bolsonaro e Mandetta. Moro ponderou que o isolamento social é importante, mas que também foram cometidos alguns “excessos” por parte dos Estados, sem apontar nenhum exemplo. Por isso, colocou-se contra a imposição de medidas por meio de decretos – defendida por Bolsonaro -, em defesa de “medidas consensuais” a partir do diálogo entre os poderes. Para ele, os Estados têm autonomia, mas a União pode recomendar algumas medidas para tentar unificar a política contra a propagação do vírus.
Sobre a eventual demissão do ministro Mandetta, que seria substituído pelo deputado Osmar Terra, Moro foi questionado se isso alteraria a atuação do Ministério da Justiça, mas apenas comentou que não trabalha com “especulações” e nem tomou posição clara no conflito, dizendo que o isolamento social é importante, mas também é preciso tomar medidas para resolver a economia.
Sérgio Moro e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Marcos Corrêa/PR)
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