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Por Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual –Diante da crise econômica, social e política do Brasil, o campo progressista se prepara para as eleições deste ano, mas também se preocupa com o pós-eleição. Na semana passada, o PT reuniu 3,4 mil militantes para traçar as estratégias da disputa. O encontro tratou do projeto de criar, até abril, 5 mil comitês populares de luta em todo o país. A ideia é reforçar o “olho no olho”, por intermédio de uma rede que envolva movimentos sociais e a população. Além disso, envolver na construção dos comitês movimentos sociais e outros partidos do campo progressista, como PCdoB e Psol.

O objetivo dos comitês populares é atuar antes, durante e depois do período eleitoral. Desse modo, a prioridade é criar ao menos um em comunidades, favelas e bairros das periferias. Também em assentamentos rurais, comunidades quilombolas, vilas de pescadores etc. Os coletivos pretendem reunir trabalhadores das fábricas, da educação, da cultura, informais, estudantes entre outros grupos sociais.

A primeira tarefa será combater as fake news do bolsonarismo e conscientizar sobre as causas das mazelas sociais que levam sofrimento à população: a volta da fome, da inflação, a alta do desemprego. Sem falar nas mais de 630 mil mortes durante à pandemia, muito em função do negacionismo adotado por Bolsonaro e seus ministros.

Durante a campanha, a temperatura aumenta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não confirmou sua candidatura. Mas esse é o “desejo” da maioria dos progressistas. Nesse sentido, os comitês farão a defesa do legado petista, com o objetivo de buscar a vitória de Lula já no primeiro turno. Além disso, servirão como instrumento para ampliar a bancada de deputados e senadores, garantindo sustentação política para o novo governo.

Em seguida, em caso de vitória de Lula, os comitês seguirão atuando para garantir a efetivação do programa de governo. As bases mobilizadas serão fundamentais para batalhas mais difíceis. Revisão da “reforma” trabalhista, revogação do teto de gastos, fim da dolarização dos preços da Petrobras, por exemplo.

Olho no olho

O diretor de comunicação da Fundação Perseu Abramo (FPA), Alberto Cantalice, afirma que uma das missões será alcançar uma importante parcela da população, das classes D e E, que está desconectada. De acordo com o IBGE, um em cada cinco brasileiros não tem acesso à internet. Trata-se de um dado alarmante, que revela a exclusão digital do país. No entanto, há um fator positivo – talvez o único. É um público que ainda não foi contaminado pelo discurso de ódio presente nas redes sociais. “O PT não vai chegar nesse pessoal se não for pela via do corpo a corpo”, disse Cantalice. A FPA prepara também uma sequência de cursos de formação política de militantes.

Para Cantalice, não se trata de uma “volta às bases”, mas, sim, um “reforço” dessa política. “Na minha opinião, os comitês populares vêm para suprir duas carências: primeiro, uma certa burocratização que enfrentamos a partir do momento que fomos governo. E o segundo é que, por conta da pandemia, ficamos muito deslocados para a comunicação digital. Na verdade, a gente precisa retornar ao olho no olho. Então esse é um dos motivos centrais para a criação desses comitês”.

“Precisamos retomar um massivo trabalho popular de base. Se conectar e se misturar com a massa trabalhadora”, disse o coordenador nacional do MST Roberto Baggio. Para ele, a tarefa central do campo popular é construir processos “oxigenados”, que motivem a participação política.

Comitês populares e reconstrução

“Achamos que os comitês populares podem oxigenar a vida política nacional. A partir de baixo, dos territórios. Fazendo com que milhões e milhões sejam essa força política massiva capaz que entrará em movimento político”, afirmou Baggio. Ele se mostra otimista. “Pode ser até mais de 5 mil. Nas grandes cidades, 30, 50 até 100 comitês, como um novo instrumental de participação massiva, para discutir as necessidades emergenciais, pensando estratégias política de transição e para enfrentar as maiores batalhas que virão.”

Baggio destaca, diante do atual cenário de destruição, Lula se transformou no “desejo coletivo” dos milhões e milhões de trabalhadores e trabalhadores que estão à margem da sociedade. O MST mantem o apoio histórico ao ex-presidente porque é o nome que mais se aproxima do projeto de reforma agrária defendido pelo movimento. Mas esse apoio, segundo ele, vem se ampliando.

“Até mesmo parte dos setores produtivos estão vendo que a única alternativa para reconstruir o país, derrotar o neofascismo recuperar a nossa democracia, é eleger o Lula. Por isso, essa é a principal batalha política desse tempo histórico”.

Ele destaca, no entanto, que os comitês devem permanecer ativos no pós-eleição, “na perspectiva de reconstruir um Brasil popular, soberano e muito mais igualitário”. Sugere, ainda mais, que os comitês podem atuar em mutirões de obras. “Para erguer um conjunto de empreendimentos comunitários, como hospitais, escolas, creches, obras. E também como perspectiva de geração de emprego”.

Na educação, “panela de pressão”

Cantalice também defende a mobilização constante. “É uma coisa que tem que ser permanente. Em vários momentos, se ganharmos as eleições, a gente vai ter que mobilizar o povo para exigir o cumprimento do programa de governo. O povo, para se mobilizar, tem que se conscientizar. Então as funções desses comitês são de organização e conscientização da população.”

A Educação é outro alvo de constantes ataques do governo Bolsonaro. Para 2022, o Ministério da Educação sofreu corte de R$ 802,6 milhões no Orçamento. Além disso, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ficou sem R$ 499 milhões, com corte que ultrapassa os 50%. Nos últimos três anos, o governo também interviu, por exemplo, na escolha dos reitores.

“Não sabemos ainda qual universidade encontraremos no pós-pandemia”, disse Julia Aguiar, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e integrante do Levante Popular da Juventude. “A única certeza que temos é que o orçamento é insuficiente, e que Bolsonaro segue atacando a autonomia universitária. Nesse sentido as universidades podem se tornar uma verdadeira panela de pressão”, acrescentou.

Assim, ela acredita que os estudantes estarão mobilizados ao longo do ano, “para defender a Educação, derrubar Bolsonaro e eleger Lula presidente”. Para Julia, “entidades estudantis, os coletivos universitários e todos que tiverem dispostos a se envolver” deverão colaborar na organização e multiplicação dos comitês populares. “O projeto Bolsonaro fracassou. Agora a juventude quer novamente um projeto alternativo, que cresça o emprego, que tire o Brasil do mapa da fome, que valorize a saúde e a educação”.

Comitês populares e diversidade

Para a disputa no Legislativo, Cantalice aposta na diversidade de candidaturas do campo progressista. “O PT é o partido que tem  maior número de indígenas filiados, de mulheres, negros e negras. Temos os companheiros portadores de deficiência. E também uma grande presença no movimento LGBTQI+”. Dessa forma, os comitês populares atuarão no sentido de fortalecer essas “candidaturas renovadoras”, não apenas as do PT, mas também dos partidos aliados.

Para Baggio, ampliar a bancada no Congresso com representantes alinhados às causas populares também é tarefa fundamental. Ele disse que não basta apenas eleger Lula, mas é preciso também garantir as condições para a “governança institucional”. “A outra parte da sustentação política são as forças populares”, ressaltou.

Meu celular, meu comitê

Além de fincar o pé nos territórios, o PT e os movimentos sociais também preparam as mobilizações virtuais. Nesse sentido, os comitês populares também devem funcionar em ambientes virtuais, através de grupos de

WhatsApp, além de páginas ou comunidades nas redes. Os militantes utilizarão esses canais principalmente para a divulgação de fotos e vídeos com registros dos atos políticos realizados presencialmente.

Para Cantalice, o campo bolsonarista não tem mais o mesmo horizonte de crescimento. Assim, acredita que a campanha adversária vai trabalhar no sentido de fidelizar o apoio entre grupos mais radicais, que somam de 20% a 25%, segundo ele. Nesse sentido, devem recrudescer os ataques a Lula.

“Eles têm medo de o Lula crescer mais do que já tem e ganhar no primeiro turno, que seria uma coisa inédita para o nosso lado. Acho que eles vão recrudescer, para fidelizar esse grupo e torna-los inexpugnável. Ou seja, uma espécie de gueto ideologicamente reacionário de ultradireita”, prevê o diretor de Comunicação da FPA. Dessa maneira, os comitês populares atuarão para desarmar as fake news, buscando isolar ainda mais os bolsonaristas radicais.

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