Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o parlamentar que votar contra a aposentadoria, “nunca mais se elege”. Segundo Pimenta, ao votar favorável à reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer, o congressista estará fadado a ser reprovado pelo “povo” durante toda sua trajetória política.
A reforma da Previdência, prevista para ser votada em fevereiro de 2018, é o grande desafio do governo. Como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a matéria precisa de 308 votos entre os 513 deputados, em dois turnos de apreciação, para ser aprovada e, então, encaminhada ao Senado.
Na visão de Pimenta, será muito difícil o governo conseguir aprovar a PEC em ano eleitoral. “É ano de eleição, o deputado ouve suas bases. Ele vai ouvir o povo, e o povo não quer a aprovação da reforma”, diz o deputado.
O governo tinha dito, anteriormente, que aprovaria a proposta em dezembro deste ano, não conseguiu. Agora, estuda com a possibilidade de votá-la em fevereiro do próximo ano, conforme ressaltou, esta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Mas ao falar sobre a votação à imprensa nacional, ele ponderou.
“Se a gente não conseguir condições para votar ali, 19, 20 de fevereiro, é impossível. Aí é melhor ir para outro tema”, afirmou Maia. “Independente de votar ou não votar em fevereiro, tenho convicção que a gente vai votar, esse tema vai continuar na pauta.”
Para o deputado Paulo Pimenta, o governo não conseguirá aprovar a reforma da Previdência pelo fato de que 2018 foi o ano da “desesperança”. Para ele, a população realizou poucas conquistas e obteve muitas derrotas em relação aos direitos democráticos.
“Uma delas foi a própria reforma de Previdência. Pois foi uma luta enorme para não votá-la em dezembro, mas o governo já prepara votá-la em fevereiro [de 2017”, destaca Pimenta. O deputado insiste ainda na ideia que, neste momento, os congressistas precisam “evitar mais perdas de direitos”.
Sobre a perseguição contra o presidente Lula, Pimenta é categórico e afirma que ele está sendo “injustiçado”. Segundo o deputado, a ideia de isenção por parte de Justiça caiu por terra com a Lava Jato.
“A operação demonstrou que os procuradores da Lava Jato, assim como o juiz Sérgio Moro, são agentes do golpe”, diz. Pimenta ainda ressalta que a perseguição a Lula é dá pelo fato de que o “o PT é um empecilho para aqueles que querem acabar com os direitos do povo”.
“O Lula é injustiçado não porque foi condenado sem prova, mas porque foi condenado sem crime. O Lula é a antítese de tudo aquilo que o golpe representa”, explica o deputado.