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Petista faz a primeira reunião ministerial para alinhar o discurso na Esplanada e, também, reunir as sugestões que ganharão prioridade neste começo de governo

 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparou para esta manhã a primeira reunião ministerial com os 37 titulares que configuram a nova Esplanada. Além de dar boas-vindas aos novos chefes das pastas, o petista vai refinar as medidas a serem adotadas nos primeiros 100 dias de gestão. Esse é o único compromisso oficial do dia previsto na agenda do presidente, que segundo ele mesmo, “só tem horário para começar”

Em vídeo divulgado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, comentou sobre os preparativos. Ele relatou que serão discutidos temas como a relação com o Congresso Nacional e interação com a sociedade. De acordo com o chefe da pasta, Lula irá colher sugestões de cada um dos presentes para o período de 100 dias. O político caracterizou a reunião como “um grande passo” para a união e reconstrução do Brasil.

Costa disse ainda que o presidente pretende se reunir com os 27 governadores do país neste mês para reforçar a relação federativa. “Vamos ver ainda como é que vai ser a relação com o Congresso, com a sociedade, conversar um pouco sobre medidas que cada ministério está analisando a partir dos 100 dias e dos relatórios do GT de transição. É um grande passo de início de governo. É um grande passo para que o Brasil volte a se unir e seja reconstruído sob a liderança do presidente Lula”, apontou.

Durante a semana, Lula despachou do Planalto e se encontrou principalmente com os responsáveis pela articulação política como o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; e os líderes do governo no Congresso.

Alinhamento

Algumas dissonâncias entre os ministros causaram mal estar para o governo. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, gerou repercussão negativa ao anunciar estudo para revogação da reforma previdenciária implementada no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.

“Quero formar uma comissão quadripartite. Precisamos discutir com profundidade o que foi essa anti reforma da Previdência”, declarou o ministro na terça, ao tomar posse. Ele também negou que a Previdência seja deficitária, prometendo prová-lo “com números”.

A fala gerou críticas por parte de membros do mercado financeiro, e o índice Ibovespa caiu 2% logo depois. Também preocupam o mercado a sinalização desencontrada de medidas sobre possível taxação do Pix, fim do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e retomada de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode proibir demissões sem justa causa.

Integrantes do governo, porém, não falam em falta de alinhamento, mas de timing. Lula e o partido que ajudou a fundar, o PT, são contra a reforma da Previdência. O entendimento, na verdade, é que não há sustentação para se discutir o tema agora, o que foi estabelecido inclusive durante a transição. “Até a PEC da transição está dando esse problema todo, tratar de emenda previdenciária… Não é o momento adequado, não”, disse à época o ex-ministro José Pimentel, integrante da equipe técnica.

Ao defender de forma enfática a reforma, Lupi teria queimado a largada para tratar do tema. A prioridade do novo governo não é a da Previdência, mas sim as mudanças tributárias, que já estão em articulação no Congresso e têm boa aceitação pelos setores econômicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, incluíram esse item em seus discursos de posse, sem repercussões negativas.

Fonte: Correio Braziliense

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