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O ódio que se espalhou no país disseminado sobretudo pelas redes sociais, contra o ex-presidente Lula, transformou em zumbi muita gente com a visão obliterada pela campanha sistemática da mídia golpista contra o líder petista. Essas pessoas perderam a capacidade de raciocinar, aceitando como verdade as notícias mentirosas ou distorcidas divulgadas pelos grandes veículos de comunicação. E consideram Lula corrupto mesmo não tendo sido acusado por nenhum delator nem sido encontrado sequer um indício de que tenha desviado um único centavo, apesar da sua vida ter sido revirada pelo avesso em três anos de investigações da Policia Federal. Ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro sem nenhuma prova, porque na ditadura da toga em vigor hoje, no Brasil, para condenar alguém o juiz só precisa de vontade e convicção, além de ódio. Com a Constituição rasgada e cuspida ninguém mais tem segurança, situação que deixou os brasileiros, especialmente os ligados à esquerda, à mercê do Ministério Público e de magistrados que alimentam um inexplicável e absurdo ódio contra os que defendem os interesses da Nação.

A decisão do prefeito João Dória de cancelar a inauguração de um viaduto na capital paulista por ter o mesmo recebido o nome de dona Marisa Letícia, morta em fevereiro do ano que findou vítima de um AVC, é mais uma consequência desse ódio que se alastrou pelo país e apequenou sobretudo autoridades. Antes dele, o secretário interino de governo da prefeitura, Milton Flavio, já havia se negado a assinar o documento, assinado pelo prefeito em exercício Milton Leite, com a sanção da lei votada pela Câmara de Vereadores, que deu o nome da esposa de Lula ao viaduto no bairro de Santo Amaro. O secretário justificou sua negativa dizendo que a ex-primeira dama não merecia a homenagem, pois “se não tivesse falecido ela estaria condenada junto com Lula”. Essa justificativa foi endossada por Dória, para quem a lei foi uma “injusta homenagem a alguém envolvido no maior escândalo de corrupção já registrado no país”. São Paulo, por sua história e tamanho, não merece dirigentes tão pequenos e mesquinhos.

Dória, na verdade, que se revela o maior engodo da política paulista, aproveitou a oportunidade para destilar o seu próprio veneno, certamente ressentido por ter sido preterido por seu partido, o PSDB, em suas pretensões presidenciais, já que não tem estatura nem voto para entrar na disputa com o ex-torneiro mecânico. Afinal ele sabe que nem Lula e, muito menos, a sua esposa tiveram qualquer envolvimento com qualquer corrupção, do contrário o ex-presidente não teria sido condenado por ser o suposto proprietário de um apartamento no Guarujá, mesmo sem nenhuma prova, beneficiado com obras da OAS. Isso por acaso é o “maior escândalo de corrupção do país?” Onde as malas de dinheiro? Por que nenhum delator lhe fez acusações? Por que a mídia golpista nunca o acusou de ter recebido milhões de propina? Essa atitude de Dória revela que ele tem em comum com o seu amigo Sergio Moro, que se negou a absolver dona Marisa após a sua morte, o ódio.

É por conta desse ódio que o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, sediado em Porto Alegre, pretende confirmar a condenação de Lula pelo juiz de Curitiba. E todos os inimigos do Brasil, e não apenas do ex-presidente operário, estão dando a sua contribuição odiosa para torna-lo inelegível, como se isso fosse capaz de impedi-lo de influir no resultado das eleições. Os nazinautas, que infestam as redes sociais, estão reproduzindo matéria publicada por uma revista inglesa apontando Lula como “o maior corrupto do mundo”. Essa matéria tem sido compartilhada e repassada pelos rola-bostas, aqueles que compartilham e repassam as fake news que ali são postadas, mas só os imbecis, os descerebrados, os que estão encharcados de ódio são capazes de dar crédito a semelhante absurdo. Para se chegar a uma conclusão sobre as mentiras e calunias disseminadas contra Lula, basta uma simples pergunta: será que intelectuais e juristas renomados do Brasil e do exterior assinariam um manifesto de apoio ao maior corrupto do mundo?

O fato é que o povo precisa, efetivamente, sair às ruas e agitar este país em todos os seus recantos, de Norte a Sul, se quiser que Lula volte mesmo ao Palácio do Planalto. De outro modo, será muito difícil assegurar a sua candidatura nas eleições do próximo ano, porque os juízes e procuradores liderados por Sergio Moro montaram um esquema de tamanha abrangência para impedi-lo de concorrer que, mesmo com uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal, talvez não haja tempo suficiente para derrubar todas as condenações: eles instauraram quatro inquéritos contra o ex-presidente operário, mesmo sem nenhuma prova de nada. À medida que Lula conseguir derrubar a condenação em um inquérito eles o condenarão em outro. Como os prazos continuarão correndo chegará o momento em que faltará tempo suficiente para uma reversão. Será uma enorme batalha contra o tempo, a não ser que a Suprema Corte, recuperando o senso de justiça, adote alguma medida que anule todos os inquéritos, considerando a flagrante ilegalidade de todos eles. Tudo vai depender, no entanto, do tamanho da reação popular, que não deverá ser sempre ignorada pela mídia golpista.

 

RIBAMAR FONSECA