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O cantor e pastor Kleber de Lucas ao lado do compositor Caetano Veloso
Foto: Reprodução/Youtube

Foi lançada no domingo (4) uma parceria entre Caetano Veloso e o pastor Kleber Lucas, autor de canções populares entre os evangélicos.

A dupla cantou o hino evangélico “Deus Cuida de Mim”.

Nascido numa comunidade de São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio, em 1964, Kleber Lucas foi confirmado como uma das atrações no show de posse do presidente Lula, no dia 1° de janeiro, em Brasília.

Kleber é fundador da Soul Igreja Batista, com sede no Recreio dos Bandeirantes.

Já gravou 14 álbuns, sendo todos disco de ouro, e foi vencedor do Grammy Latino em 2013, na categoria Melhor Álbum de Música Cristã.

Durante entrevista a Pedro Bial, da TV Globo, ele contou que chegou a passar fome na infância e que teve ajuda de terreiros de candomblé e de umbanda.

“Eu fui criado numa favela no final da década de 60 e 70, em São Gonçalo, que não tinha muitos templos protestantes, pentecostais e neopentecostais. Nem igreja católica tinha na favela em que eu nasci. Mas tinha oito terreiros de candomblé e vários centros de umbanda”, disse.

“Tenho vários cortes na perna. Não tinha SUS ali: quem cuidava da gente era a mãe de santo, era o pai de santo. Se machucava, cortava a cabeça e quebrava um dedo, era ali que a gente ia”.

Após ataque a um terreiro em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, diversos artistas se uniram para auxiliar na reconstrução do templo. Entre eles estava Kleber Lucas.

“Eu não tenho como viver a minha experiência, com quanto seja legítima, dentro do cristianismo, mas eu não reivindico uma exclusividade dela, e nem acredito que seja assim”, afirma.

O pastor compôs vários hits gospel, alguns gravados por Thiaguinho, Padre Fábio de Melo e, agora, Caetano.
Mestre em história pela UFRJ, participou do clipe “Vou pedir pra você votar”, uma paródia de “Não quero Dinheiro”, de Tim Maia.

“Jair Bolsonaro não pode representar o povo cristão porque é desprovido de misericórdia e a favor da morte”, afirmou durante a campanha.

“Eu perdi amigos, perdi membros da minha igreja local, onde eu sou pastor. Diziam que eu não podia me posicionar a favor do Lula, mas não criticavam os pastores que estavam em cima do altar defendendo uma política de ódio e que espalham mentiras. Eu decidi me posicionar porque, por ser uma pessoa conhecida, eu posso mostrar que nem todo evangélico vota no Bolsonaro e nesse projeto de poder dele que usa do fundamentalismo religioso. E hoje em dia muitos que me criticam cantam minhas músicas, mas não me deixam entrar no templo.”

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