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Oficiais da ativa ou da reserva estiveram presentes nos principais lances da campanha de questionamento do processo eleitoral promovida pelo presidente

Todos os ataques contra o sistema eleitoral no governo Bolsonaro têm ou tiveram alguma participação de integrantes da ativa ou reservado das Forças Armadas. Segundo informações da Folha de S.Paulo, com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação com o próprio Ministério da Defesa e o Tribunal Superior Eleitoral, os militares só começaram a questionar o sistema eletrônico de votação sob o mandato de Jair Bolsonaro (PL).

Antes das acusações do atual mandatário, foram 25 anos de silêncio e concordância com o modelo. O envolvimento dos militares nas investidas bolsonaristas se deu em dois momentos: o primeiro foi a participação de militares integrantes do governo e, depois, na atuação direta das Forças Armadas e do Ministério da Defesa.

Os detalhes da atuação inicial dos militares com cargos na gestão federal contra as urnas foram descobertos devido a investigação ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que determinou a apuração de uma live realizada em 29 de julho de 2021, no qual Bolsonaro fez o até então maior ataque sem provas ao sistema eletrônico de votação.

Os depoimentos tomados pela Polícia Federal com os envolvidos na live indicam como, desde o primeiro ano de governo, ao menos dois generais do círculo mais próximo de Bolsonaro se valeram de suas posições para buscar informações contra as urnas.

Outro militar que participou da organização da live e, também, de outra realizada dias depois, em 4 de agosto de 2021, foi o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.

Durante este ano, as Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa, chefiado pelo general Paulo Sergio Nogueira, produziram os elementos necessários para que bolsonaristas continuassem com os ataques e a disseminação de desinformação.

Antes da eleição, os mais de 80 questionamentos enviados ao TSE e o debate sobre a participação das Forças numa auditoria paralela serviram para pavimentar o caminho até a produção do relatório sobre a segurança do pleito.

Entretanto, no dia 9 de novembro, após a eleição, o relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral foi divulgado sem apontar nenhuma fraude concreta ou prova de irregularidade, o que fez que bolsonaristas decepcionados com a derrota continuassem com o discurso golpista e atacassem as Forças.

Em nota publicada pelo general Paulo Sergio Nogueira no dia 10 de novembro, ele diz que o relatório “não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

No dia seguinte, os miliares se manifestaram de novo. Dessa vez, um texto assinado pelo comando das três Forças, cobrava a atuação do Legislativo para impedir interferência do Judiciário.

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