Atletas renomados têm sido investigados por suposta participação em esquema de manipulação de jogos e apostas
247 – Nesta terça-feira (5), a Operação Spot-fixing, realizada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro, trouxe à tona o nome de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, como investigado em um esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. A operação incluiu buscas no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube no Rio de Janeiro, e marca uma nova fase nas investigações sobre a máfia das apostas no futebol nacional e internacional. Conforme lembra o jornal O Globo, nomes de peso como Lucas Paquetá e Luiz Henrique também foram alvos de investigações ao longo do ano.
Em uma das partidas suspeitas, disputada contra o Santos, Bruno Henrique teria, deliberadamente, forçado cartões amarelo e vermelho, movimentando apostas feitas por familiares. Fontes ligadas ao caso revelaram que parentes próximos do jogador abriram contas em casas de apostas na véspera do jogo para apostar que ele receberia um cartão durante a partida.
Lucas Paquetá e a Premier League – Além de Bruno Henrique, o caso de Lucas Paquetá também foi amplamente noticiado pela imprensa internacional. O jogador, que atualmente atua no West Ham, é investigado pela Federação Inglesa (FA) por supostamente ter manipulado cartões amarelos em jogos da Premier League para beneficiar amigos em apostas. Segundo o jornal britânico The Sun, Paquetá pode ser “banido para sempre” do futebol caso seja considerado culpado.
Jogos específicos, como partidas contra o Leicester City e Aston Villa, foram minuciosamente analisados pela FA, que identificou padrões suspeitos. A aposta de menor valor foi de sete libras, enquanto a maior chegou a 400 libras, gerando lucros de até 100 mil libras (aproximadamente R$ 670 mil) para os apostadores.
Luiz Henrique e a Conexão com a Máfia – Outro nome em destaque é Luiz Henrique, ex-jogador do Betis e atualmente no Botafogo. Ele foi investigado por seu suposto envolvimento com o empresário Bruno Lopez de Moura, apontado como chefe de uma quadrilha de manipulação de resultados. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) enviou informações sobre o caso às autoridades espanholas, que levaram à abertura de uma investigação em parceria com a La Liga e outros órgãos de regulação. Ao longo das investigações, uma movimentação atípica de apostas em cartões amarelos para Luiz Henrique e Paquetá chamou a atenção, com transações acontecendo em plataformas digitais.
A Máfia das Apostas e a Operação Penalidade Máxima – As investigações revelaram que o esquema de manipulação de jogos envolveu valores consideráveis. Segundo documentos obtidos pelo jornal O Globo, a quadrilha teria movimentado cerca de R$ 835 mil em apenas seis meses, entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, com jogadores recebendo quantias de forma disfarçada, através de familiares ou intermediários. Nino Paraíba, ex-jogador do Ceará, teria recebido R$ 70 mil por meio da conta bancária de sua mãe, em transações ligadas à BC Sports Management, empresa do casal Bruno Lopez e Camila Silva da Motta.
Entre os réus, nomes como Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS) e Victor Ramos (Chapecoense) respondem a processos, enquanto outros atletas aceitaram acordos financeiros para evitar condenações criminais.
O caso traz à tona questões urgentes sobre o combate à manipulação esportiva e a regulamentação de apostas no Brasil. Com um volume crescente de dinheiro em jogo e a participação de figuras públicas e atletas de alto escalão, o futebol se vê desafiado a proteger sua integridade em meio a um mercado de apostas cada vez mais influente.
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