O pesquisador Guilherme Galvão Lopes publicou, nesta terça-feira (4), uma análise nas redes sociais sobre a bancada evangélica na Câmara dos Deputados após as eleições. Segundo ele, os religiosos “terão uma das menores representações nos últimos 20 anos”:
Realizei um levantamento preliminar, e pelo visto os evangélicos terão uma das menores representações na Câmara dos Deputados nos últimos 20 anos, chegando ao patamar de eleitos próximo ao de 1999.
Nas duas últimas legislaturas (2015 e 2019), eles alcançaram seu maior patamar histórico: 89 deputados federais exerceram mandatos, entre titulares, suplentes e suplentes efetivados. Em 2018, ano da eleição de Bolsonaro, 84 evangélicos foram eleitos para a Câmara – um recorde.
Neste ano, o crescimento da extrema-direita retirou votos dos evangélicos, considerada a principal base social do bolsonarismo. Podemos considerar que houve migração do voto deste segmento para as candidaturas mais identificadas com Bolsonaro, independentemente da religião.
O bolsonarismo abarca inúmeras pautas que antes eram prioritárias dos religiosos: combate ao aborto, à “ideologia de gênero”, restrição às drogas e aos jogos de azar, redução da maioridade penal, dentre outras questões morais e comportamentais.
Hoje, o bolsonarismo tomou para si estas pautas, somando a elas questões armamentistas e teorias conspiratórias sobre terraplanismo, liberdade religiosa e globalismo. Bolsonaro assume para si o maniqueísmo cristão: o mal precisa ser combatido, até com armas, se preciso.
O fato, portanto, está confirmado: os evangélicos, estimados em mais de 60 milhões de brasileiros, consolidaram-se como base socioeleitoral do bolsonarismo e do ultraconservadorismo político. Em 2018, o Datafolha apontou que quase 70% estiveram com Bolsonaro.
O fato, portanto, está confirmado: os evangélicos, estimados em mais de 60 milhões de brasileiros, consolidaram-se como base socioeleitoral do bolsonarismo e do ultraconservadorismo político. Em 2018, o Datafolha apontou que quase 70% estiveram com Bolsonaro.
Apenas 2 parlamentares foram eleitos por partidos de esquerda, sendo 1 do PT e 1 do PSOL. Em 2018, foram 8 deputados eleitos por PT, PDT e PSB. A redução da fragmentação da Câmara também se refletiu neste segmento: em 2018, evangélicos se espalhavam por 23 partidos. Hoje, em 15.
A diminuição da bancada evangélica, ao contrário do que se pensa, não é uma demonstração de fraqueza, mas da força deste fenômeno político, mesmo que isto seja um desafio eleitoral para as lideranças evangélicas. Para Bolsonaro, o quadro não poderia ser melhor.
PS: Esqueci completamente da Marina Silva. Então são 3 da esquerda.
BANCADA EVANGÉLICA A PARTIR DE 2023 Realizei um levantamento preliminar, e pelo visto os evangélicos terão uma das menores representações na Câmara dos Deputados nos últimos 20 anos, chegando ao patamar de eleitos próximo ao de 1999.
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