No dia em que mais uma denúncia infundada contra o ex-presidente Lula é derrubada – quando a juíza Gabriela Hardt reconhece que não há NADA de ilegal nas palestras dadas pelo ex-presidente –, a imagem que ilustra a matéria do JN sobre o assunto é a do fundo vermelho, com canos enferrujados por onde escorre MUITO dinheiro.
Avelha imagem usada em todas as matérias da Lava Jato combatendo a “grande corrupção do PT”.
A imagem já conhecida ficou na tela durante todo o tempo da nota lida por Bonner, um minuto.
Durante um minuto, ainda que a nota tenha sido favorável a Lula, pois há o reconhecimento de que as palestras eram legais, a imagem ao fundo marcava algo em contrário. Escancarava apra o especatdor a culpa da corrupção.
Na notícia construída e reconfigurada pelo JN, os protagonistas são a juíza e a Lava Jato de Curitiba:
“A juíza Gabriela Hardt, da Lava Jato do Paraná, liberou metade dos valores bloqueados em investigações contra o ex-presidente Lula. A juíza levou em consideração conclusões da polícia e do Ministério Público Federal de que não há provas suficientes de que o pagamento de palestras do ex-presidente tivesse origem ilícita. Gabriela Hardt liberou mais de 4 milhões e 800 mil reais referentes ao espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em 2017”.
Depois de mencionada a sentença e confirmada a inocência do ex-presidente, a nota prossegue, com a imagem de muito dinheiro ao fundo, relembrando as acusações contra Lula no caso do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, além de outro processo relativo a um terreno e um apartamento em São Paulo.
Nada mais é dito sobre todo o circo armado quando da denúncia em relação às palestras, assunto bastante explorado pela imprensa.
Prosseguindo, na menção à fala da defesa de Lula, a imagem vermelha com os canos enferrujados e o dinheiro escorrendo permanece.
Ou seja: a sentença simbólica de condenação está dada e confirmada, não adianta juízes ou o MP atestarem a inocência de Lula. No JN, ele está condenado.
Assim como nas construções relativas à economia, permanece nessa nota a construção que visa à desinformação e tem uma intencionalidade bem marcada.
P.S.: O JN não trouxe qualquer destaque para a denúncia do jornal Folha de S. Paulo sobre a destinação da doação da Marfrig para o programa de caridade da primeira-dama atual.
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