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A crise econômica empobreceu o Brasil e reduziu o poder de compra de grande parte da população. Desde o início da crise, em 2014, as classes de consumo A e B encolheram. Com isso, cada vez mais gente passou a ocupar os andares de baixo. Até 2018, as classes C, D e E ganharam 4,2 milhões de domicílios, total equivalente a uma cidade de São Paulo. O =igualdades explica o que mudou na dinâmica das classes de consumo no país, de acordo com medição da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). A estimativa da renda média domiciliar de cada grupo é de R$ 25,6 mil para a classe A; R$ 6,8 mil para a classe B; R$ 2,3 mil para a classe C; e R$ 720 para as classes D e E.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

Em 2018, a divisão das classes de consumo brasileira parecia um diamante invertido. De cada 100 casas, 28 estavam nas classes D e E. Outras 48 casas faziam parte da classe C. Mais 21 integravam a classe B, e 2,5 estavam na classe A.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

definição das classes de consumo leva em conta, além da renda média, as características de cada domicílio, o grau de instrução do chefe de família e o acesso a bens de consumo. Assim, é possível traçar um perfil médio de cada classe. Na ponta de cima, a classe A se distingue pela quantidade de automóveis e pela presença de empregados domésticos. Já na base, as classes E são marcadas, principalmente, pela falta de saneamento básico e água encanada.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

Para cada 100 domicílios que existiam na classe A em 20149 desceram para os andares de baixo até 2018. Isso representa 171 mil domicílios a menos. A classe B, apesar de ter abrigado parte dos que caíram da classe A, também encolheu – no balanço final, perdeu 128 mil domicílios.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

O mercado de carros importados também caiu. Para cada 5 carros importados licenciados no Brasil em 2014, apenas 2 foram licenciados em 2018.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

As classes C, D e E cresceram. Para cada 100 domicílios que pertenciam a essas classes em 2014, passou a haver 108 em 2018. Isso é um aumento de 4,2 milhões de residências. Esse crescimento ocorreu de duas formas: os andares de baixo receberam famílias vindas dos andares de cima e, além disso, abrigaram a maior parte dos lares que surgiram nesse período.

Renata Buono, designer, Revista Piauí
Renata Buono, designer, Revista Piauí

Norte foi a região onde houve maior mudança nas classes de consumo desde o início da crise: o que antes era um diamante se transformou numa pirâmide. De 2014 a 2018, as classes D e E passaram de 39 para 47 entre 100 casas. Hoje, o Norte é a região do Brasil com mais gente no andar de baixo, proporcionalmente.

Fontes: Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa); IBGE; Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores); Ministério da Cidadania.

Dados abertos: Acesse a planilha que serviu de base para a reportagem.

De Revista Piauí

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