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Jair e Michelle Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) distribuiu para seus familiares mais de R$ 148,3 mil, oriundos da campanha de arrecadação via Pix realizada pelo ex-mandatáro que angariou, ao todo, mais de R$ 17,1 milhões. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Os R$ 148,3 mil teriam sido distribuídos entre sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, para a Casa Lotérica Jonatan e Felix LTDA, que pertence a Angelo Guido Bolsonaro, irmão do ex-presidente, e Leda Maria Marques Cavalcante, síndica do condomínio onde vive o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), em Brasília.

As transações teriam ocorrido entre os meses de Janeiro e Julho deste ano. Todas as informações foram disponibilizadas após a divulgação de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) acerca das transações financeiras ligadas ao ex-presidente.

Os pagamentos feitos por Bolsonaro foram destacados pelo Conselho como parte das suspeitas de “burla fiscal e lavagem de dinheiro”, na avaliação dos analistas do órgão.

A pessoa que mais recebeu pagamentos de Bolsonaro, entre o período citado pelo relatório, foi Leda Maria, com seis transferências que somam cerca de R$ 77.994.

Para a lotérica do irmão do ex-presidente, o Coaf citou 17 pagamentos, que somam R$ 14.268,04 no total. A empresa fica localizada em Eldorado, no interior de São Paulo.

Michelle, por sua vez, teria recebido um total de 10 pagamentos que somados totalizam a quantia de R$ 56.073,10.

Também aparece como destinatário dos repasses de Bolsonaro, o tenente do Exército Osmar Crivelatti. O militar recebeu um valor total de R$ 11.543,94 do ex-presidente nesse período, em um total de 29 transferências.

O tenente do Exército Osmar Crivelatti. (Foto: Reprodução)

Crivelatti é, atualmente, um dos assessores pessoais do ex-capitão. O militar entregou à Polícia Federal (PF) as armas que o ex-presidente recebeu da Arábia Saudita com o advogado Paulo Cunha, que representa Bolsonaro. Crivelatti era o braço-direito do tenente-coronel Mauro Cid, que está preso desde maio por inserção de dados fraudulentos no sistema do Ministério da Saúde.

Questionada a respeito das transações, a defesa de Bolsonaro, por meio de nota, afirmou que os valores “são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”. Disse ainda que “nos próximos dias tomará as providências criminais cabíveis para apuração da autoria da divulgação de tais informações”.

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