No município de Camboriú, na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, um clube de tiro ganhou status de OSC (Organização da Sociedade Civil, também conhecida como ONG), faz propaganda com crianças empunhando o que seriam réplicas de armamentos (veja acima, ou em uma das páginas da entidade no Facebook) e incentiva os pais a levarem seus filhos ao local, provendo até brinquedoteca em um espaço situado ao lado da loja de armas do estabelecimento.
Trata-se do Clube de Caça e Tiro Camboriú, ou CCTC, cuja presidente é a empresária Adriana Fronza da Silva. Foi ela quem fundou a entidade, em maio de 2017, junto com o marido, o também empresário Emanuel Eugenio Marques Claudino. Além da ONG de tiro, eles possuem uma empresa de participações imobiliárias, com capital social de R$ 640 mil, a Claudino e Fronza Participações LTDA, de acordo com a Receita Federal do Brasil (RFB).
Ao longo do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), o clube de tiro de Adriana Fronza fez uso da legislação especial para OSCs e ficou isento do pagamento de IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica), sempre de acordo com dados da RFB.
Os donos se orgulham de fomentar o contato de crianças com armas de fogo. Consta no site da ONG o eguite texto, com destaques inseridos pela reportagem do DCM:
“Com o propósito de inovar no ramo de clube de tiro e loja de armas, com o objetivo de desmitificar as armas de fogo, buscaram trazer o esporte do tiro ao alvo mais próximo do público em geral, abrangendo toda a família montando uma estrutura pensando em todos: dos mais novos aos mais experientes, com uma brinquedoteca, espaço gourmet, loja de armas de fogo.”
No Brasil, OSCs são entidades que não têm fins lucrativos e realizam diversos tipos de ações solidárias para públicos específicos. Elas podem atuar nas áreas da saúde, educação, assistência social, economia, meio ambiente, defesa de minorias, religião entre outras, em âmbito local, estadual, nacional e até internacional. “A atuação da OSC acontece na esfera pública, embora não seja estatal“, explica a página do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Bom, se a ONG de Adriana Fronza não possui fins lucrativos, resta que se explique por que a entidade engloba uma “loja de armas”, como o próprio CCTC descreve em suas páginas oficiais, além de anunciar os produtos à venda, não raro com descontos.
Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.