Novas alíquotas de Pequim em resposta a Trump elevam substancialmente o custo de carnes, soja e milho, onde Brasil e Estados Unidos disputam mercados
247 – A nova rodada de retaliações entre China e Estados Unidos reacendeu o alerta nas grandes potências — e, ao mesmo tempo, abriu uma janela de oportunidade para o Brasil. Com a escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo, setores do agronegócio brasileiro podem voltar a se beneficiar do conflito, ocupando espaços antes dominados pelos norte-americanos no mercado chinês.
Na última sexta-feira (4), o governo chinês anunciou uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, em resposta direta ao aumento de impostos aplicado por Donald Trump sobre itens chineses. As novas alíquotas passam a valer a partir de 10 de abril e elevam substancialmente o custo dos produtos dos EUA na China, tornando-os menos competitivos — especialmente em setores como carnes, soja e milho, onde Brasil e Estados Unidos disputam mercados, conforme apontado em reportagem do portal g1.Play Video
Soja e carne de porco na dianteira – A soja, carro-chefe das exportações brasileiras para a China, deve ser o primeiro item a sentir os efeitos. Embora os EUA ainda sejam o segundo maior fornecedor da leguminosa para os chineses, analistas apontam que Pequim pode reforçar ainda mais as compras no Brasil para escapar das tarifas.
No setor de carnes, a expectativa é de que a carne suína seja a mais beneficiada e o mercado brasileiro terá que recalcular para cima suas projeções de exportações.
Já a carne bovina vive um momento de incerteza. O governo chinês abriu no fim de 2024 uma investigação para apurar os impactos das importações sobre a produção local, e há temor de que tarifas adicionais sejam impostas ao produto — o que pode frear a expansão das vendas brasileiras. Ainda assim, existe um aumento no consumo desta proteína no país asiático ao longo dos últimos anos e Pequim dá muita importância à proteção da segurança alimentar da população, o que pode pesar a favor do Brasil.
Milho e clima no radar – Apesar de o Brasil estar entre os principais exportadores do milho, o bom desempenho da safra chinesa em 2024 reduziu a necessidade de importações. Além disso, a produção brasileira tem enfrentado problemas climáticos, como a falta de chuvas em regiões estratégicas.
Mesmo assim, há espaço para otimismo caso a guerra comercial dure por mais tempo e os efeitos da atual safra passem.
Além do agro: geopolítica e tecnologia em jogo – A disputa comercial entre as duas potências vai além do campo e atinge também setores estratégicos da indústria global. A China anunciou que vai restringir a exportação de elementos de terras raras para os EUA — incluindo samário, disprósio, térbio e outros metais usados em armamentos, semicondutores e veículos elétricos. A medida mira diretamente empresas de alta tecnologia, que já sofrem com a crescente fragmentação das cadeias de produção.
Além disso, o governo chinês incluiu 16 empresas dos Estados Unidos na lista de controle de exportações e adicionou outras 11 à chamada “lista de entidades não confiáveis” — uma espécie de “lista negra” que permite sanções diretas, como proibição de atividades comerciais no país e congelamento de ativos.
Enquanto Washington e Pequim intensificam suas disputas, o Brasil se vê diante de uma oportunidade: reforçar sua posição como parceiro comercial confiável, sobretudo no setor agropecuário.
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