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Estudo do Mapa do Autismo Brasil (MAB) mapeou dados na capital brasileira e destacou a importância do diagnóstico precoce

Dados do Mapa do Autismo Brasil (MAB) no Distrito Federal revelam que a faixa etária com o maior número de diagnósticos é a de crianças entre 0 e 4 anos (ou 54,7% da amostra), seguida pela faixa de 5 a 9 anos (32,4%).

Foram ouvidos 1.699 participantes, entre autistas e responsáveis por pessoas autistas, de várias regiões administrativas do Distrito Federal. A estimativa é que hajam 60 mil autistas atualmente no DF.

O relatório do MAB aponta, ainda, que a quantidade de diagnósticos diminui conforme a idade aumenta.

Segundo o neurologista infantil e da adolescência Hélio Van der Linden, o diagnóstico precoce é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças e para o apoio adequado às famílias.

A situação do sistema de saúde brasileiro, principalmente o SUS, pode afetar significativamente a obtenção de diagnósticos oportunos.

“A chegada de um especialista no SUS pode demorar meses e até anos. Então, o paciente é visto muitas vezes na rede básica, é suspeitado de alguma coisa, e é encaminhado para um especialista. Só que ele entra em uma fila gigantesca e, muitas vezes, quando consulta com o especialista, já se passou muito tempo e esse diagnóstico acaba sendo tardio”, afirmou.

O estudo piloto feito no DF destacou que a Federação se diferencia dos demais estados brasileiros por ter a renda per capita mais alta que a média nacional, o que explicaria a maior facilidade de acesso à rede particular de saúde.

“Se esse relatório mostrou que o maior número de diagnósticos acontece entre 0 e 4 anos, pelo menos nessa região que foi feito, é um ótimo sinal. Antigamente não era assim, o diagnóstico era muito mais tardio. A gente tem poucos dados relacionados ao Brasil como um todo”, enfatizou.

Quantos autistas há no Brasil?

Não existe um estudo brasileiro que revele a prevalência de autismo no país e, portanto, não há números oficiais e nenhuma estimativa do números de adultos autistas.

“Essa falta de dados e ausência de levantamento demográfico atrasa a implementação de políticas públicas adequadas para enfrentar essa condição”, afirma o especialista.

Apesar disso, um levantamento que leva em consideração uma pesquisa feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), realizado pelo governo dos Estados Unidos (EUA) na população norte-americana em 2023, revelou que uma em 36 crianças no país é autista.

Dessa forma, levando em consideração os dados americanos para a análise, pode-se estimar que no Brasil teria, pelo menos, 734 mil crianças autistas.

Com a Lei 13.861, de 2019, que obrigou que os censos demográficos realizados a partir daquele ano passassem a incluir “especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista”, no Censo 2022 foi incluída a pergunta “já foi diagnosticado(a) com autismo por algum profissional de saúde?” no Questionário de Amostra.

Entretanto, o órgão informou, com exclusividade ao blog Vencer Limites, que os resultados sobre a população com deficiência no Censo 2022 só devem ser divulgados no último trimestre de 2024.

Autismo

O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas instalados desde os primeiros meses e anos de vida.

O processo do diagnóstico é fundamentalmente clínico, em que se observa e analisa aspectos do comportamento. Ainda não existe nenhum exame bioquímico ou de imagem que permita o diagnóstico. A causa do transtorno do espectro autista (TEA) ainda não foi definida.

Diagnóstico

Identificar os sinais de autismo na infância, independentemente do nível de suporte, permite a implementação de estratégias de apoio e terapias específicas, que maximizam o desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

O acesso a recursos e serviços especializados desde cedo contribui para a melhoria da qualidade de vida da pessoa autista, facilita a inclusão social e o desenvolvimento ao longo da vida.

A falta de compreensão do autismo pode resultar em dificuldades dos pais, professores e cuidadores em lidar com comportamentos desafiadores e desafios impostos pelo TEA.

O relatório do MAB também destaca que isso aumenta a chance do uso de estratégias inadequadas, punitivas e abusivas na tentativa de disciplinar e corrigir a pessoa autista.

O diagnóstico tardio, portanto, pode afetar a saúde mental do autista e da família, uma vez que a compreensão da condição é crucial para a abordagem saudável das demandas emocionais e psicológicas associadas ao autismo.

Os prejuízos na interação social e na comunicação impactam as relações interpessoais e trazem bastante sofrimento ao autista que não compreende por que se comporta de maneira diferente das pessoas neurotípicas.

Com informações do Metrópoles

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