Cientista político diz que a história recente do Brasil não pode ser varrida para debaixo do tapete
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O cientista político Luís Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez muito bem ao classificar, sem nenhum receio, o golpe de estado de 2016 sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff como um golpe – e não como um “impeachment”.
“Chamar o golpe de golpe é um dever do governo brasileiro”, diz Luís Felipe Miguel
Cientista político diz que a história recente do Brasil não pode ser varrida para debaixo do tapet

O cientista político Luís Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez muito bem ao classificar, sem nenhum receio, o golpe de estado de 2016 sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff como um golpe – e não como um “impeachment”.
“Do ponto de vista da ciência, a questão do golpe está pacificada. Existe um amplo consenso na comunidade acadêmica em relação a isso. No presidencialismo, os mandatos são fixos e não podem ser interrompidos sem crime de responsabilidade”, disse ele. “O governo tem o dever de chamar o impeachment de golpe. Dilma foi retirada à força para que um projeto derrotado nas urnas fosse implantado”, apontou.
Luís Felipe Miguel também disse que o bolsonarismo é uma consequência do golpe de 2016 e que é um dever classificar o golpe como golpe. “Varrer para debaixo do tapete seria um grande erro. Lula acertou muito”, apontou. Na entrevista, ele também analisou o papel da mídia comercial nesse processo. “A mídia foi a grande legitimadora do golpe e por isso se incomoda. Mas não tem nenhum historiador, cientista político ou jurista respeitável que não caracterize o golpe como golpe”, destacou.
O professor também defendeu a punição de todos os golpistas. “O ideal é a punição a todos os golpistas no Brasil. É preciso responsabilizar o topo da cadeia golpista. Temos que chegar ao Bolsonaro. Mas punir o golpe de 2016 será muito mais difícil. No mundo ideal, teríamos que anular todas as medidas adotadas após o golpe contra a Dilma”, afirmou. “Um passo importante da reparação à presidente Dilma é reconhecer o que aconteceu no processo golpista de 2016. E Dilma deve ser indicada para algum cargo de peso. Ela é exemplo de dignidade e integridade”, finalizou.
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