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A agenda neoliberal de privatizações e ataque aos direitos trabalhistas é amplamente rejeitada pela população; é o que indica pesquisa do instituto Datafolha; segundo o levantamento, 60% são contra vender estatais, e 57%, contra a redução da CLT; nos últimos dias, evidenciou-se que as privatizações são alvo de controvérsia no seio do próprio governo Bolsonaro.

57% dos brasileiros são contrários às reformas nas leis trabalhistas

As eleições de 2018 consagraram políticos que se diziam comprometidos com princípios liberais na economia, como o presidente Jair Bolsonaro e os governadores João Doria (SP) e Romeu Zema (MG).

Mas dois itens usualmente associados a esse ideário, privatizações e redução das leis trabalhistas, são rejeitadas pela maioria dos brasileiros: 60% e 57% dos ouvidos pelo Datafolha sobre as práticas, respectivamente, discordam delas.

A pesquisa, realizada em 18 e 19 de dezembro, ouviu 2.077 pessoas em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Ela aponta que 34% concordam que o governo deve vender o maior número possível de suas empresas.

Outros 5% não têm opinião formada, e 1% se diz neutro.

Privatizações rejeitadas

Tema presente de discussões eleitorais desde o pleito de 1989, a venda de estatais passou os anos do PT no poder (2003-2016) como um tabu.

É um clássico do marketing político o efeito que a associação entre o PSDB e a prática teve na candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência em 2006. O tucano chegou a envergar um macacão com logomarcas de estatais, só para terminar o segundo turno com menos votos do que o primeiro, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Hoje, apenas entre partidários da sigla de Bolsonaro, o PSL, o apoio às privatizações é majoritário: 65% defendem a medida.

Já entre aqueles que simpatizam com o PSDB, partido historicamente ligado à privatização devido às ações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o número cai a 41%.

Os petistas estão na ponta contrária, com o menor apoio entre quem declara simpatizar com partidos (29%).

Mesmo o novo presidente titubeia sobre o assunto. Enquanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, defende privatizações amplas, ele já fez a defesa de manter estatal o que considera estratégico.

Nesta sexta (4), Bolsonaro levantou dúvida sobre a compra da divisão de aviação civil da Embraer pela Boeing porque há a possibilidade de os 20% brasileiros da nova empresa serem vendidos aos americanos, ameaçando o que ele chamou de “patrimônio nosso” —embora a empresa seja privada desde 1994.

Portal Vermelho 

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