A história narrará, decerto, que Lava-Jato foi um dos maiores crimes lesa-pátria que esse país já teve.
É um pouco óbvio para quem vê de perto: em nome do retórico combate à corrupção, várias empresas nacionais não só foram quebradas, como também tiveram suas imagens destruídas.
E, claro, não parece muito inteligente expandir a má imagem de um ou outro gestor para toda a empresa, afinal, todos os trabalhadores e trabalhadoras que compõem o capital produtivo dessas acabam sendo penalizados como se fossem corruptos.
Qualquer órgão de Estado que se preze, e que realmente entende a sua função nacional (pra não dizer republicana), sabe que, dentro do leque de possibilidades, deve encontrar aquele que menos prejudique o país.
É o que ocorreu, por exemplo, com a Samsung na Coreia ou com a Volks na Alemanha, empresas cujo alto escalão foi envolvido em escândalos concretos mas que continuaram seu funcionamento sem prejudicar os empregos que geram.
O mais escandaloso é que o próprio Brasil tem um exemplo concreto onde a empresa foi preservada a despeito dos crimes que cometeu: é o caso da holandesa SBM, também acusada de superfaturar obras da Petrobrás, que assinou um acordo de leniência e hoje domina a produção do nosso Pré-Sal.
Dentro desse contexto, de favorecimento claro de multinacionais estrangeiras em detrimento das nacionais, a Pedro Parente – um dos favoritos de FHC para se candidatar a presidência – deu um prejuízo à nossa petroleira maior ainda que a corrupção apurada (e inflada) pela empresa em seu famoso balanço de 2015, como bem denunciou a FUP.
E, com mais esse crime lesa pátria, a Lava Jato conseguiu a façanha de, em pouquíssimo espaço de tempo, se tornar um grande fiasco: destruindo empregos da classe pobre enquanto os criminosos – que efetivamente roubaram alguma coisa – gozam de suas mansões e tirando a riqueza do Brasil e levando diretamente para o império americano.
E, mais uma vez, o povo brasileiro paga o pato.
Tadeu Porto é editor do Cafezinho e, também, diretor da Federação Única dos Petroleiros e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
Por Tadeu Porto*