O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), divulgou no Twitter que solicitou ao presidente Michel Temer o envio de tropas do Exército e da Força Nacional para a cidade durante o julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em clara tentativa de intimidação e de impedimento do direito de reunião e de expressão.
Marchezan justificou o pedido dizendo querer “proteger o cidadão e o patrimônio público”. No documento ele reforça o pedido diante de “ameaça de ocupação de espaços públicos” e devido a uma suposta menção a “desobediência civil e luta” que teria sido divulgado por políticos.
No mesmo dia, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o pedido do prefeito não será atendido. “Quem pode pedir [ação do Exército] é apenas o governador. E mais ninguém. Se chegar aqui, devolveremos”, disse o ministro.
Mas não importa. Essa palhaçada está indo longe demais. Não há razão alguma para toda essa pantomima. As manifestações anteriores em apoio a Lula sempre transcorreram na mais absoluta normalidade, sem qualquer contratempo.
Tomemos como exemplo o ato pró Lula em Curitiba em maio do ano passado, quando o ex-presidente prestou o primeiro depoimento a Sergio Moro sobre o caso do Triplex. Lembra-se, leitor, do estardalhaço feito pela mídia e até por Sergio Moro?
A Justiça chegou a proibir atos pró Lula na capital paranaense. Depois, tribunal superior cassou a proibição e as manifestações ocorreram normalmente.
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Tudo isso porque Sergio Moro gravou um vídeo fazendo onda, insinuando que as manifestações pró Lula fariam arruaça, seriam violentas etc.
Apesar do estardalhaço, do terrorismo, a manifestação em Curitiba ocorreu normalmente. Virou uma festa da democracia. O centro da cidade foi tingido de vermelho e nenhum incidente ocorreu, NENHUM!
Não é aceitável que prossigam esses atos de intimidação contra cidadãos que têm todo o direito constitucional de se manifestarem. Esse tipo de ação contra direito contido no artigo 5º, Inciso XVI da Constituição Federal, a imagem internacional do Brasil será ainda mais afetada do que já foi pelo golpe parlamentar de 2016.
O resultado disso você está sentindo na pele, através da crise econômica que não acaba, do desemprego que não cede, do investimento no país que desapareceu, pois países em conflito social e político como o nosso não são seguros para investir.
Em vez de Moro, do TRF4, de os partidos de direita procurarem uma distensão política, apostam na intimidação, no arbítrio, na violência contra adversários que tentam anular por outros meios, já que não conseguem vencê-los nas urnas.
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