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Para aliados, a estratégia do ex-mandatário de jogar para cima dos militares a culpa sobre o plano golpista poderá resultar em novas delações premiadas

Bolsonaro e militares
Bolsonaro e militares (Foto: REUTERS/Adriano Machado | José Cruz/Agência Brasil)

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão alarmados com os rumos da investigação que envolve militares conhecidos como “kids pretos” – integrantes das forças especiais do Exército -, temendo que o ex-mandatário repita o erro cometido com o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, destaca o jornalista Valdo Cruz em sua coluna no g1. Os “kids pretos”, militares especializados em operações especiais e em atividade desde 1957, estão agora no centro das investigações por envolvimento em um suposto golpe de Estado após as eleições de 2022, com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restringir a atuação do Poder Judiciário.

Em novembro de 2023, quatro militares ligados a essa força especial foram identificados como suspeitos de tentar orquestrar o golpe. No entanto, o cenário atual revela uma tensa situação para os envolvidos, com Bolsonaro, em movimentos semelhantes aos realizados anteriormente com Cid, tentando transferir a responsabilidade das irregularidades para os militares.

Essa atitude de Bolsonaro, que tentou isentar-se de culpas em investigações como as que envolvem as joias sauditas e fraudes nos cartões de vacinação, resultou em uma delação premiada de Mauro Cid, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, segundo a reportagem, uma situação semelhante ameaça se repetir, e aliados do ex-mandatário têm recebido informações de que os “kids pretos” presos pela participação no planejamento de um golpe de Estado estão avaliando a possibilidade de seguir o mesmo caminho de Cid, assinando um acordo de delação premiada.

Famílias dos militares estariam pressionando por essa colaboração, temendo que a defesa de Bolsonaro continue a imputar a eles qualquer tipo de envolvimento no planejamento do golpe. O advogado do general Mário Fernandes, um dos nomes centrais nesse esquema, demonstrou descontentamento com a postura dos advogados de Bolsonaro, que, segundo ele, estariam assumindo o papel de promotores ao acusar os militares das Forças Especiais do Exército.

Mário Fernandes está preso desde 19 de novembro e, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, será transferido de sua prisão no Rio de Janeiro para um presídio militar em Brasília.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, deve depor novamente à Polícia Federal nesta quinta-feira (5), e pode fornecer mais informações sobre os bastidores do planejamento do golpe. Entre os pontos que devem ser abordados, está o papel dos “kids pretos”, um grupo que, ao final do governo Bolsonaro, seria chefiado por Cid, antes que sua promoção para comandar o Batalhão de Forças Especiais em Goiânia fosse cancelada, logo após seu acordo de delação.

Com informações do Brasil 247

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