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“Eu não vou desistir do Macron”, brincou Lula após o presidente francês se declarar contra o acordo

Lula e Olaf Scholz
Lula e Olaf Scholz (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

“Sou brasileiro e não desisto nunca”, diz Lula sobre expectativa pelo acordo entre União Europeia e Mercosul · Ouvir artigo

Após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e assinatura de acordos entre o país europeu e o Brasil, o presidente Lula (PT) concedeu entrevista coletiva e, perguntado sobre a expectativa pela conclusão do acordo entre União Europeia e Mercosul, expressou: “sou brasileiro e não desisto nunca”. A possibilidade de assinatura do acordo diminuiu após o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmar publicamente: “sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar e está mal remendado”.

“Eu não vou desistir do Macron”, brincou Lula. “Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, vou lutar para fazer, porque depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso, que estamos sendo irrazoáveis com a necessidade que temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos. Vou continuar trabalhando. Estou indo para o Rio de Janeiro, o Mauro [Vieira, chanceler do Brasil] vai hoje a noite. Eu sou um homem muito crente, que não desiste, sou brasileiro e não desisto nunca. E eu não vou desistir enquanto conversar com todos os presidentes e ouvir o ‘não’ de todos. Aí vamos partir para outra. De qualquer forma, isso não mexe em uma vírgula a importância do acordo que estamos assinando hoje com a Alemanha”.

“Se eu não acreditasse que é possível em uma reunião a gente convencer a pessoa a mudar de opinião, de que é possível que as pessoas que vão trabalhar ainda os ajustes técnicos nas propostas possam encontrar soluções, eu não precisaria fazer reunião. Eu vou à reunião porque eu acredito, para tentar convencer as pessoas daquilo que eu acredito. Ao mesmo tempo, não posso perder de vista que a sustentabilidade do regime democrático está em você entender que as pessoas não são obrigadas a fazer aquilo que você quer. Se meu companheiro Alberto Fernández por alguma razão não quer fazer o acordo, eu vou entender. Se eu não persistisse, eu não teria chegado à Presidência da República do meu país, porque eu perdi três eleições antes de ganhar a primeira. Se eu não persistisse eu não estaria aqui, porque aos cinco anos de idade saí do meu estado natal para ir para São Paulo para não morrer de fome. Se eu não persistisse eu não teria criado sequer um partido político, dos trabalhadores, porque diziam que trabalhador não nasceu para fazer política, mas sim para trabalhar. Por ser uma pessoa que acredita sempre e não desiste nunca, estou indo para o Rio de Janeiro fazer as reuniões que eu tenho que fazer, na expectativa de que os bons ventos e o coração das pessoas estejam abertos. Quando me despedi do Macron, eu disse: ‘quando você pegar o avião, que você sentar na sua cadeira, abra o seu coração, converse com sua esposa e aceite fazer um acordo entre a União Europeia e o Mercosul’. Eu não vou desistir do Macron”, finalizou.

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