Após pouco mais de duas horas de encontro com Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato a vice na chapa e seu porta-voz, Fernando Haddad, disse que o ex-presidente decidiu recorrer à ONU para que se manifeste diante da decisão do tribunal eleitoral brasileiro, além de apresentar recurso junto ao Supremo Tribunal Federal, tanto na esfera eleitoral como criminal, para que ele tenha assegurado o direito de registrar a sua candidatura.
Por Dayane Santos
Segundo Haddad, o recurso no STF será acompanhado de um pedido de liminar para suspender o prazo de 10 dias dado pelo TSE para que o partido substituísse o candidato da chapa. Esse foi o primeiro encontro entre Haddad e Lula desde a decisão do TSE, na última sexta-feira (31). Haddad disse que o recurso junto à ONU será apresentado ainda nesta segunda (3), e nesta quarta (4) serão interpostos os recursos junto ao Supremo, com pedido de liminar.
“Nós vamos tomar as providências para garantir que o povo possa escolher o próximo presidente”, defendeu Haddad.
O vice na chapa de Lula reforçou que a expectativa da coligação era de que a Corte eleitoral respeitaria o tratado internacional e a ONU.
“Nós não imaginávamos que o Brasil contrariaria uma determinação de um organismo internacional e um tratado que nós subscrevemos e que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Nosso entendimento era de que o Brasil reconheceria os direitos políticos e civis do ex-presidente Lula”, salientou Haddad, que estava acompanhado da presidenta nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, e do advogado de Lula Cristiano Zanin.
“O presidente Lula, a sua coligação e o seu plano de governo são o caminho para sair dessa situação”, frisou Haddad.
Sobre o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, Haddad lamentou a tragédia e disse que é resultado de “um governo de descalabro que não tem qualquer compromisso com o patrimônio histórico, sequer com a saúde das pessoas”.
Ele criticou as medidas do governo de Michel Temer de cortar o Bolsa Família. “O orçamento do ano que vem prevê 50% de corte e joga nas costas do Congresso uma solução do problema das famílias que mais precisam do Estado”, rechaçou.
“Os reajustes estão sendo dados para o funcionalismo na cúpula. O salário mínimo teve um reajuste inferior à inflação e o Bolsa Família pode ter 50% de corte. Diante desse enorme sofrimento, [o incêndio no Museu Nacional] é mais uma notícia patrocinada pelo governo Temer, diante do descaso dele com tudo que é importante para o Brasil”, completou.
E acrescenta: “Não há um único departamento do Estado brasileiro que esteja funcionando bem sob esse condomínio que se instalou no poder depois do impeachment, sem crime de responsabilidade, de 2016”.
Do Portal Vermelho