Uma ação contra Carla Zambelli é criminal (PL) e foi dirigida ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. A outra foi encaminhada ao deputado Domingos Neto (PSD-CE), corregedor-geral da Câmara
O líder da Bancada do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), protocolou, na quarta-feira (3), duas representações contra a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) em razão de seus ataques racistas direcionados à deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Uma é ação criminal dirigida ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e outra para o deputado Domingos Neto (PSD-CE), corregedor-geral da Câmara.
Na representação para o corregedor, o líder solicita “que sejam adotadas todas as providências legais e regimentais possíveis”. À PGR, os petistas pedem a instauração de um procedimento de investigação criminal para apurar o crime de racismo “e, ao final, ofertar a denúncia correspondente”.
Carla Zambelli, no decorrer do evento das mulheres parlamentares do G20, realizados nesta semana em Alagoas, se referiu à deputada Benedita de forma desrespeitosa chamando-a de Chica da Silva ou Chica. Ao fazer esta comparação com a personagem histórica, uma mulher negra escravizada e alforriada, Zambelli se utilizou do racismo para tentar constranger e humilhar a deputada Benedita.
Na representação à Câmara, Odair Cunha diz que a deputada do PL, “com seu proceder criminoso e antiético, não consegue vislumbrar e dimensionar a magnitude da pessoa pública da deputada Benedita da Silva, que, aos 82 anos de vida, é a atual Coordenadora da Bancada Feminina, eleita por suas pares, tem uma vida pública ilibada e digna das mais altas homenagens, que cotidianamente lhe são deferidas.”
Crime de racismo
Ao procurador-geral da República, o líder petista denuncia que a deputada bolsonarista cometeu crime de racismo em duas falas ocorridas no intervalo de dois dias. Ambas as falas são, segundo o líder, eivadas de “racismo e de preconceito” e “proferidas e reiteradas com elevado dolo de ofendê-la, o que demonstra claramente a presença de elementos subjetivos tipificadores dos tipos penais”.
Segundo Odair, ao fazer esta comparação com a personagem histórica, uma mulher negra escravizada e alforriada, Zambelli se utiliza do racismo já que Benedita é uma mulher negra.
“O combate à violência de gênero e de raça é um dos pilares morais para o exercício da democracia e da cidadania”, afirma o líder do PT.
Benedita foi deputada constituinte, senadora, ministra de Estado, governadora e vice-governadora, e hoje conduz também a Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados e atua como vice-coordenadora da primeira Bancada Negra da Câmara.
Com informações do PT Org
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