O general disse que, sobre o caso Pazuello, “ontem não disse nada. Por vergonha”. Mas hoje afirma que “a politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz“
O general Santos Cruz disse, nesta manhã em seu perfil do Twitter, que sente “vergonha” – palavra que destacou escrevendo-a em letras garrafais. “… ontem não disse nada.Por vergonha“, repete após dizer que foi “surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello”:
“VERGONHA! Fui surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello. Sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem não disse nada. Por vergonha”.
Na mesma mensagem, Cruz inseriu um link para seu “texto completo“, em outro perfil nas redes sociais, desta vez no Facebook. E lá estava.
“Ontem, 3 de junho de 2021, fui surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello. Em atenção ao trabalho que fazem, sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem eu não disse nada. Por vergonha”, repete Santos Cruz no início.
Para o militar, Bolsonaro tem um “projeto pessoal de poder“:
“Por formação, me nego a fazer qualquer consideração sobre a decisão. Sobre o conjunto dos fatos, é uma desmoralização para todos nós. Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder“, disse.
O presidente “avança destruindo as instituições” e desrespeita a todos, mas Cruz afirma em destaque que “seu Exército não é o Exercito Brasileiro“:
“A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições. Falta de respeito pessoal, funcional e institucional. Desrespeito ao Exército, ao povo e ao Brasil. Frequentemente, com sua conduta pessoal, ele procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições. Não se pode aceitar a SUBVERSÃO da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos. Péssimo exemplo para todos. Péssimo para o Brasil. À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o “meu exército”, eu só posso dizer que o “seu exército” NÃO É O EXÉRCITO BRASILEIRO. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira”.
“A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz. Independente de qualquer consideração, a UNIÃO de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis.
Carlos Alberto dos Santos Cruz”
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