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Procedimento sequer foi autorizado pela família

Um homem de 69 anos, internado com sintomas de covid-19 no Hospital de Caridade de Alecrim, cidade gaúcha na fronteira com a Argentina, faleceu dois dias após ter feito quatro sessões de nebulização de hidroxicloroquina diluída. O tratamento, sem eficácia comprovada e considerado experimental por não constar nos protocolos do Ministério da Saúde, foi prescrito pelo médico Paulo Gilberto Dorneles.

A hidroxicloroquina deve ser ingerida pela via oral, mas alguns médicos passaram a aplicar a técnica experimental em pacientes da covid-19. Profissionais críticos da prescrição alertam para os riscos de a inalação do fármaco causar efeitos adversos, como taquicardia. A família do paciente Lourenço Pereira diz não ter sido consultada sobre as nebulizações e afirma que não emitiu nenhuma autorização. Os familiares fizeram uma denúncia ao Ministério Público requerendo a investigação do caso, alegando que a medicação contribuiu para a piora do quadro de saúde de Pereira.

— O que pretendemos é buscar justiça para tudo o que ocorreu com o meu pai no período da internação, para que outras pessoas não passem por tratamentos experimentais. Não teríamos autorizado, sobretudo por sabermos que essa conduta médica não tem base legal — diz a filha Eliziane Pereira, 32 anos. (…)

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