Moeda norte-americana caiu 0,54% em meio a temores sobre guerra comercial e fraqueza econômica dos EUA
247 – O dólar atingiu nesta terça-feira (4) seu menor valor em três meses, refletindo as crescentes preocupações com o desaquecimento da economia dos Estados Unidos e os impactos das novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre importações do Canadá, México e China.
As tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses entraram em vigor à 0h01 (horário local, 2h01 no horário de Brasília), acompanhadas pelo aumento das tarifas sobre mercadorias chinesas de 10% para 20%. Em resposta, a China anunciou que cobrará, a partir de 10 de março, um adicional entre 10% e 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, como carnes, frutas, vegetais, soja e milho. O Canadá também reagiu, impondo uma taxa de 25% sobre bens importados dos Estados Unidos. O México deve adotar medidas semelhantes.Play Video
Segundo a agência Reuters, o índice do dólar dos EUA, que mede seu desempenho contra uma cesta de seis moedas, recuou 0,54%, fechando em 105,96 pontos, o menor nível desde dezembro. No Brasil, as operações cambiais foram interrompidas devido ao feriado de Carnaval, com a atividade sendo retomada na quarta-feira (5).
Apesar da ampliação das tarifas, o desempenho econômico fraco dos EUA impediu que o dólar se fortalecesse. “Embora os EUA estejam agora ampliando seu regime de tarifas para o Canadá e o México, a fraca atividade doméstica dos EUA… está impedindo o fortalecimento do dólar com as notícias das tarifas”, afirmou Chris Turner, chefe global de mercados do ING.
Diante das incertezas, investidores migraram para ativos considerados seguros, como o iene japonês e o franco suíço, que registraram alta de quase 1%. O dólar canadense se valorizou 0,45%, sendo cotado a 1,4471 por dólar americano. Já o peso mexicano sofreu queda de 0,3%, atingindo 20,76 por dólar, após ter alcançado sua menor cotação desde 3 de fevereiro.
Especialistas acreditam que o impacto das tarifas pode ser temporário caso novos acordos sejam firmados. “O tamanho dos movimentos iniciais para baixo do dólar canadense e do peso mexicano tem sido relativamente modesto considerando a escala das tarifas que foram implementadas”, avaliou Lee Hardman, analista sênior de câmbio do banco japonês MUFG. “A ação dos preços sugere que os participantes do mercado permanecem esperançosos de que os aumentos das tarifas não permanecerão em vigor por muito tempo, ajudando a limitar a interrupção comercial e econômica”, completou.
O euro subiu 0,5% e foi cotado a US$ 1,0547, maior nível desde dezembro, impulsionado pela ausência de tarifas contra a União Europeia e pelo estreitamento da diferença entre os rendimentos dos títulos dos EUA e da zona do euro. A libra esterlina também avançou 0,3%, sendo negociada a US$ 1,2744.
Os rendimentos dos títulos do governo da zona do euro subiram em relação aos dos EUA, enquanto a decisão de Trump de reduzir o apoio à Ucrânia gerou expectativas de maior endividamento e aumento nos gastos com defesa. Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram para 4,115%, menor patamar desde outubro.
A queda do dólar também impactou a cotação da moeda americana contra o iene, que recuou 0,9%, sendo negociado a 148,17 ienes por US$ 1, o menor valor desde outubro. O yuan chinês, por sua vez, valorizou-se 0,3%, sendo cotado a 7,265 por dólar.
Os mercados agora voltam a atenção para a reunião de política monetária do Banco Central Europeu na quinta-feira (6), com investidores precificando um possível corte de 25 pontos-base na taxa de juros.
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