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Plano de influenciar eleição pelo comando da Assembleia Legislativa do Rio foi por água abaixo após revelações envolvendo movimentações financeiras do senador e de ex-assessor. PT agradeceO deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro participa de inauguração de escola Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/17-12-2018

Estava no radar do senador eleito Flávio Bolsonaro liderar o PSL na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), casa onde atuou como deputado estadual desde 2002. Esse seria o ano também de organizar o partido de olho nas eleições para enfrentar o impopular Marcelo Crivella.

Antes do relatório do Coaf vir à tona, Flávio imaginava lançar um nome do seu partido para o comando da Alerj. Rodrigo Amorim, aquele que quebrou a placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, era o mais cotado. O caso Queiroz mudou o rumo do planejamento.

Amorim, é verdade, não se viabilizou. Mas, além disso, Flávio sumiu e parou de orientar a bancada de deputados estaduais. O parlamentar Chicão Bulhões, representante do partido Novo na Alerj, começou a tentar se viabilizar nas últimas semanas. Seria uma alternativa para a reeleição, favas contadas do atual presidente, o petista André Ceciliano.

Com o aumento da temperatura do caso na semana passada (com as revelações dos depósitos fracionados de R$ 2 mil na conta de Flávio e a movimentação de R$ 7 milhões de Queiroz), novas mudanças. Flávio, que cogitava anunciar o apoio ao deputado do Novo pelas redes sociais, se encolheu de novo. Ele está ciente de que seu nome mais chamusca do que alavanca uma candidatura.

O governador Wilson Witzel, do PSC, agiu no vácuo de Flávio. Em um primeiro momento, sinalizou aliança ao petista Ceciliano, mas notou que o gesto pegou mal entre seus aliados. Acabou obrigado a se manifestar em redes sociais pela neutralidade no processo eleitoral no Legislativo. Na semana passada, a bancada do PSL foi jantar com Witzel e mostrou-se dividida sobre o que fazer na Alerj.

Importante para o governador foi trazer para perto os deputados do PSL sem a influência direta do senador eleito. Flávio deixou os parlamentares do PSL sem rumo. É a primeira vez que derrotar o PT não é prioridade para um Bolsonaro.

Thiago Prado é editor-adjunto de País de O Globo . Trabalhou na revista Veja (2010-2018) e no jornal O Dia (2006-2010)

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