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Podem estar chegando ao fim os dias de glória dos juízes-celebridade e suas determinações de como devem se portar homens e mulheres na cena político-institucional do país.

Cumpriram o serviço sujo de derrubar um governo antipático, condenar o maior líder popular da História do país, vários ex-ministros e dezenas de ativistas políticos e empresários com negócios ligados ao Estado. Foram incensados pela mídia, tornaram-se super-heróis da classe média e tiveram seus quinze minutos de fama. Foi muito bom, mas deu.

Passaram do ponto, para os de cima. Pensavam estar a cavaleiro de uma situação que na verdade os usou.

Como Eduardo Cunha, que se tornou um fardo após a votação do impeachment, os juízes pop-stars começam a ser enquadrados sem piedade por quem manda.

O ativismo judicial tornou-se disfuncional para a direita. Na situação atual, qualquer juiz de primeira instância nos grotões do Brasil tem o poder de interpelar altos poderes da República, processar o presidente e paralisar a vida institucional. Tornaram o país potencialmente ingovernável.

A reação começou pela língua que os excelentíssimos juízes conhecem bem, o da moralidade no trato da coisa pública. De repente, auxílio moradia, altos vencimentos e penduricalhos na folha salarial viraram escândalo. E quem denuncia não são celerados esquerdistas, é a Folha de S. Paulo, é a revista Veja, é Reinaldo Azevedo!

A máquina midiática de moer carne está triturando Marcelo Bretas e começa a apontar para Sérgio Moro. Outros virão.

As imagens da casa hollywoodiana de Bretas são mais devastadoras do que trinta passeatas contra ele. O lobby de magistrados – quase todos brancos e vestidos como se fossem a um shopping center – em defesa de privilégios em Brasília funciona como disparos de bazuca nos próprios pés. A figura patética de Carmen Lúcia parece ter percebido o jogo em cima da hora.

O chumbo grosso foi acionado pela direita. Será difícil, mas todos serão compelidos a voltar aos seus cercadinhos.

Isso quer dizer que a autodenominada justiça brasileira vá mudar? Sim e não.

Os arroubos teatrais contra os de cima devem refluir no médio prazo, com o Supremo e com tudo.

Para os pobres, para os rafaeis bragas, tudo seguirá como dantes e a impermeabilidade do judiciário às demandas sociais marchará em frente.

Mas os ataques contra a atividade política tendem a baixar de tom, nos próximos meses.

Contraditoriamente, hoje, esta bandeira interessa também à esquerda, que deseja colocar um freio à politização do mais obscuro poder da República.

(De conversas com o insuperável Artur Araújo)

Por Gilberto Maringoni em seu perfil no Facebook.