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O debate sobre a Venezuela nas Américas está entre as coisas mais irritantes da face da Terra devido à miríade de mentiras que os antichavistas contam e que, no mais das vezes, deriva da mais absoluta DESINFORMAÇÃO.

Eu posso falar sobre a Venezuela porque conheço MUITO BEM a Venezuela. Estive DEZENAS de vezes naquele país, mas tenho que ler e ouvir a ENXURRADA de ASNEIRAS que as pessoas espalham e endossam sobre a realidade daquele país simplesmente porque acreditam – ou querem acreditar –, sem questionar, o que diz um dos lados da disputa política por lá através dos aliados desse lado na mídia brasileira e nas mídias de todo o resto do continente.

Por que escrevo “do nada” sobre a Venezuela? Simplesmente porque está passando batido um episódio estarrecedor da questão venezuelana, mas que aconteceu aqui mesmo, no Brasil, nas páginas de um dos jornais que sustentaram e serviram a versão tupiniquim das ditaduras militares que os EUA instalaram na América latina no século passado.

Na Folha de São Paulo da última quarta-feira, um sujeito chamado Ricardo Haussman, ex-ministro do Planejamento da Venezuela (1992-1993), ex-economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento e diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional da Universidade Harvard, publicou matéria em que faz uma proposta pública de cair o queixo, quase tão espantosa quanto a iniciativa do jornal paulista de publicar aquela barbaridade.

Vou publicar só um trechinho da avalanche de sandices que esse sujeito escreveu:

Conforme pioram as condições na Venezuela, as soluções que agora devem ser consideradas incluem o que antes era inconcebível. Uma transição política negociada continua sendo a opção preferida, mas a intervenção militar por uma coalizão de forças regionais talvez seja o único meio de pôr fim à penúria causada pelo homem que ameaça a vida de milhões de venezuelanos

Sim, você leu direito. Mas se não entendeu direito, explico: Haussman usou eufemismos para propor que forças estrangeiras promovam uma invasão militar da Venezuela, derrubem o governo Maduro e instalem um governo ao gosto da oposição venezuelana.

No texto, o ex-ministro venezuelano reconhece que, na Venezuela, os militares são legalistas e apoiam o governo eleito pelo povo desde que, em 2002, a oposição venezuelana tentou derrubar o governo Hugo Chávez, sequestrando-o, e fechando o Congresso além de destituir o Poder Judiciário. O golpe fracassou após centenas de milhares de venezuelanos cercarem o Palácio Miraflores, sede do governo, e exigirem a volta do presidente que o povo elegera.

Como a oposição golpista da Venezuela não pode contar com os militares de lá, quer que potências estrangeiras declarem GUERRA ao país invadindo-o militarmente, com todo ônus humanitário que acarretaria uma loucura como essa, pois os militares venezuelanos defenderiam o país de uma invasão estrangeira e, assim, com bombas sendo atiradas dos dois lados, milhares, talvez milhões morreriam só para a oposição voltar a controlar os cofres públicos e levar os recursos para Miami como fazia no tempo do chefe de Haussman.

Carlos Andrés Pérez governou a Venezuela de 1974 a 1979 e de 1989 a 1993. O sujeito que propõe que seja declarada guerra ao seu próprio país e contra seu próprio povo foi ministro de Pérez de 1992 a 1993.

Em 1989, poucos dias após assumir o cargo de presidente, Carlos Andrés Pérez baixou um plano de austeridade fiscal que foi duramente contestado pela população venezuelana, especialmente a de Caracas.

O “Caracaço” (em espanhol, Caracazo) foi uma explosão social espontânea, de grandes proporções, ocorrida em Caracas, na Venezuela, no dia 27 de fevereiro de 1989, em repúdio a pacote de medidas econômicas imposto pelo governo de Carlos Andrés Pérez, chefe de Ricardo Haussman e o aumento das passagens de ônibus.

O governo mandou a polícia e a guarda nacional reprimirem o protesto e o saldo foi de TRÊS MIL MORTES de cidadãos que exerciam seu direito de manifestação.

http://internacional.estadao.com.br/blogs/radar-global/acervo-o-caracazo-na-venezuela/

Hugo Chávez nasceu do Caracazo. O Tenente-coronel Hugo Chávez Frías comandou a reação do povo ao genocídio ordenado pelo chefe do sujeito que escreveu aquela loucura na Folha de São Paulo e, ali, tornou-se um herói venezuelano exaltado até hoje e para sempre pela maioria esmagadora daquele povo.

Mas falemos do articulista venezuelano ao qual a Folha de São Paulo deu espaço.

Eis o autor da proposta de invasão militar e mortandade do povo do seu próprio país no âmbito de uma guerra de potências estrangeiras contra a Venezuela, que seria rechaçada pelas forças armadas locais, com bombardeios e tudo mais que uma guerra impõe.

É esse tipo de vigarista que convenceu um monte de gente que nada sabe sobre a Venezuela a repetir mentiras que, na Europa, colam menos do que por aqui, como mostra aula que o parlamentar britânico George Galloway, do Partido Respeito – Coalizão Sindicalista e Socialista, deu a um coxinha que vomitava bobagens sobre Hugo Chávez.

Se você quer entender alguma coisa sobre a Venezuela, assista o vídeo com a aula de Galloway sobre a Venezuela. Em seguida, leia mensagem do Blog da Cidadania aos leitores

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