AMÉRICAS
A segurança latino-americana se encontra em perigo, avisa Ernesto Lopez, pesquisador argentino e diretor do Instituto de Problemas Nacionais da Universidade Nacional de Lanús, ressaltando situação atual do Brasil.
Segundo ele, a grande potência do Norte voltou a se interessar especialmente pela sua área de influência imediata – a América Latina.
Em conversa com a Sputnik Mundo, Lopez ressaltou que, no momento, uma das maiores preocupações dos EUA é recuperar a influência na América Latina, esclarecendo que Washington está furioso com os governos soberanos na região.O pesquisador afirma que os EUA continuam considerando a América Latina como seu “quintal” e a maior preocupação no momento é a recuperação de sua influência nessa região que diminuiu bastante nos últimos anos.
Além disso, ele explica que cresce uma pressão diplomática sobre a Venezuela para derrubar o regime de Nicolás Maduro e não descarta a possibilidade de que os EUA possam fazer intervenção militar contra os “desobedientes”, conforme declarações de Luiz Almagro, secretário-geral das Organizações dos Estados Americanos.
Ao mesmo tempo, o pesquisador argentino não acredita que seja uma intervenção militar direta. Segundo Lopez, os EUA dão prioridade a outro tipo de estratégias como manobras subversivas através de suas embaixadas e da manipulação da mídia.
Ele também enfatiza que um dos objetivos para ampliar sua influência na região latino-americana é conter “expansão” das relações da América Latina com a China e a Rússia.
Vale destacar que o pesquisador argentino vê a mão dos EUA no que está acontecendo hoje em dia no Brasil.
“Parece-me que temos hoje em dia um exemplo muito próximo que são as eleições presidenciais no Brasil, onde houve uma armadilha para desalojar primeiro a presidente Dilma Rousseff, logo depois a prisão de Lula, tratando que ele não pudesse se organizar pelo PT, ou seja, pelo Partido dos Trabalhadores como partido competitivo nas próximas eleições, e mais uma vez, uma influência exercida através de um sistema midiático judicial e, por outro lado, uma influência exercida através das Forças Armadas com uma chapa presidencial que integra Jair Bolsonaro e general Mourão, são dois militares na chapa – um presidente e o outro vice-presidente como candidatos. Essa é uma coisa que não acontecia desde que tenho memória […] E atrás disso estão também os EUA, sem dúvida nenhuma”, concluiu.
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