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Devido ao sistema proporcional, os candidatos a deputado federal ficaram de fora, mesmo conseguindo mais votos do que alguns eleitos

Rodrigo Rollemberg, Ruth Venceremos e Professor Israel.  -  (crédito: Reprodução/Instagram - CB/DAPRESS)

Rodrigo Rollemberg, Ruth Venceremos e Professor Israel. – (crédito: Reprodução/Instagram – CB/DAPRESS)

O formato de sistema proporcional deixou candidatos do Distrito Federal com grande quantidade de votos fora da Câmara dos DeputadosRodrigo Rollemberg (PSB), Roney Nemer (PP), Professor Israel (PSB), Ruth Venceremos (PT), Marcos Wesley (PSB) e José Gomes (PP) conseguiram mais de 25 mil votos, superando alguns candidatos eleitos, mas não estarão no Congresso Nacional a partir de 2023. 


O ex-governador Rodrigo Rollemberg teve 51.926 votos, o sétimo candidato mais votado, mas ficou de fora dos eleitos. Roney Nemer teve 46.151 e Professor Israel, que está em mandato como deputado federal, teve 40.885, e os dois também ficaram de fora. 


Pelo formato proporcional, a drag queen Ruth Venceremos bateu na trave. Com 31.538 mil votos, ela é a primeira suplente.


A eleição para deputados federais e distritais não é como nos cargos majoritários, onde o mais votado leva. Em uma disputa proporcional, o voto dado ao candidato também é doado ao partido — o que explica o quociente eleitoral. No caso do DF, onde há oito cadeiras em disputa, considerando um cenário onde a eleição registrou 80 mil votos válidos, significa que cada cadeira “custa” 10 mil votos.


O número de votos de cada partido dividido pelo Quociente Eleitoral indica quantas vagas cada partido tem direito. Esse número é chamado de Quociente Partidário. Vale lembrar que, a partir de 2022, as federações partidárias contam como partidos nessa disputa.


Isso faz com que candidatos fortes possam “puxar” mais nomes. É o caso da deputada Bia Kicis (PL), a mais votada, com 214.733 votos, que acabou puxando Alberto Fraga (PL), que foi eleito mesmo com apenas 28.825 votos.
É o mesmo caso do Republicanos. O apresentador Fred Linhares teve 165.358 mil votos e o pastor Júlio César teve 76.274, o que os fez puxar Gilvan Maximo, que teve 20 mil votos.


O objetivo dessa “transferência de votos” é fazer com que os votos não sejam “desperdiçados”. Para evitar que candidatos com pouquíssimos votos sejam eleitos, em 2015 foi criada a cláusula de barreira individual – que mantém a transferência de votos, mas obriga cada candidato a conseguir sozinho votos equivalentes a pelo menos 10% do quociente eleitoral.


Confira os oito deputados federais eleitos pelo DF em 2022:

  • Bia Kicis (PL-DF) — 214.733 votos (13,32%)
  • Fred Linhares (Republicanos-DF) — 165.358 votos (10,26%)
  • Erika Kokay (PT-DF) — 146.092 votos (9,06%)
  • Rafael Prudente (MDB-DF) — 121.307 votos (7,53%)
  • Júlio César (Republicanos-DF) — 76.274 votos (4,73%)
  • Professor Reginaldo Veras (PV-DF) — 54.557 votos (3,38%)
  • Fraga (PL-DF) — 28.825 votos (1,79%)
  • Gilvan Maximo (Republicanos-DF) — 20.923 votos (1,30%)

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