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“E se houver, será esmagado, assim como Bolsonaro será esmagado nas urnas”, afirmou o jornalista, em entrevista à TV 247

Por Rodrigo Vianna, do 247 – Chico Pinheiro passou mais de três décadas na TV Globo, por isso é natural que o público queira ouvir dele bastidores das histórias vividas na emissora da família Marinho. Mas o Chico não nasceu na Globo. A ligação dele com o jornalismo e o Brasil vem de muito mais longe: das montanhas de Minas, da infância cercada por incenso, procissões e santos católicos, do amor ao Galo e à música brasileira. Tudo isso compõe o fermento dos causos contados pelo jornalista, com a simplicidade de quem toma um café com as visitas na varanda de casa.

Na última quinta-feira, Chico deu uma entrevista de mais de uma hora à TV 247. Passamos algumas semanas papeando pelo telefone, até acertar a data. Conheci o Chico no século passado, quando ele tinha acabado de chegar à Band em São Paulo. Depois, fomos colegas na Globo de São Paulo – ainda na velha sede da praça Marechal. Um colega competente, engraçado, absurdamente carismático e, sobretudo, leal com a notícia e com os companheiros de profissão.

Renato Aroeira e eu tivemos a agradável tarefa de fazer o Chico conversar com a vibrante comunidade 247. Não foi difícil. Em vez de “bastidores da Globo”, ajudamos o Chico a falar de Minas, do Brasil e do jornalismo que ele aprendeu a fazer na sucursal mineira do velho JB. Histórias divertidas sobre um jovem repórter que cresceu na profissão driblando a arrogância de generais e de bispos amigos da ditadura.

Por isso, Chico não tem medo da cara feia do bolsonarismo. “Não vai ter golpe coisa nenhuma”, ele nos disse. “E se houver, será esmagado, assim como Bolsonaro será esmagado nas urnas”.

Perguntei se é verdade que ele chorou quando teve que narrar (como apresentador do JN) a prisão ilegal de Lula em 2018. “Eu não chorei, nada! Eu tava era com raiva, tava puto da vida com aquela sacanagem”.

Vale muito assistir a entrevista na íntegra para ouvir também por que Chico Pinheiro usa um anel que recebeu de um bispo de outra estirpe: Dom Pedro Casaldáliga, este sim leal a Cristo, aos pobres e ao povo desse imenso país.  

Entre versos de Paulo César Pinheiro (“Pesadelo”, a música cantada para exorcizar o país de Moro e suas canalhices) e frases de Guimarães Rosa, Chico ilumina o caminho de quem acredita que jornalismo se faz com apego aos fatos, mas também com amor e compromisso com a justiça.    

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