Uma bomba em forma de notícia explodiu no dia de ontem, 10, na imprensa brasileira e sobre nossa história tão manchada de sangue inocente. O documento tornado público pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos (CIA) trouxe luz a denúncias históricas da esquerda brasileira sobre as atrocidades da Ditadura Militar de 1964 no Brasil. O conteúdo evidencia que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979), em parceria com a CIA (serviço de inteligência dos EUA), autorizou que o Centro de Inteligência do Exército (CIE) continuasse a política de execuções sumárias contra opositores da ditadura militar adotadas durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.
O documento original está arquivado no escritório do diretor da CIA em Washington. A transcrição está disponível online em um site do governo federal norte-americano. As informações da imprensa burguesa mostram que essa publicação perdeu o sigilo em dezembro de 2015, mas que o documento ganhou publicidade apenas nesta quinta-feira por meio do professor Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nas redes sociais, onde divulgou o documento, o professor disse que “este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa: Recém-empossado, Geisel, autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto”.
Parte do documento:
Datado de 11 de abril de 1974, está assinado pelo então diretor da CIA Willian Colby e endereçado ao então secretário de Estado Henry Kissinger e mostra que o presidente disse ao chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) à época, João Baptista Figueiredo – que se tornou presidente entre 1979 e 1985 – que as execuções contra quem resisti-se em lutar contra a ditadura, deveriam continuar, mas que limitasse as execuções aos mais “perigosos subversivos”.
Lembrando que o período de 1972 a 1974, estava em curso a chamada “Guerrilha do Araguaia”, onde se criou um movimento guerrilheiro na região amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970. Criada pelo Partido Comunista do brasil (PCdoB), tinha por objetivo fomentar uma revolução socialista, a ser iniciada no campo, contra toda essas atrocidades que agora aparecem na denúncia do documento à cima. E mais além, entendemos que essa movimentação com a CIA, além de levar a cabo o massacre no Araguaia, também foi responsável pela “Chacina da Lapa”, onde mais militantes do PC do B foram assassinados numa operação do Exército Brasileiro, agora diretamente no Comitê Central do partido – localizado na Rua Pio XI, nº 767, no bairro da Lapa em São Paulo – que culminou com a morte de três dos dirigentes do partido. Na ocasião, além deles, o PCB também estava na ilegalidade, atuava clandestinamente para não serem pegos e torturados até a morte pelos fascistas à mando da CIA.
Ainda segundo o memorando, Geisel e Figueiredo concordaram que quando o CIE detivesse alguém que poderia cair na categoria de subversivo perigoso, o chefe do Centro de Inteligência do Exército deveria consultar o general Figueiredo que, por sua vez, deveria dar sua aprovação antes da execução. De acordo com o texto, Figueiredo insistiu na continuidade das execuções e Geisel fez comentários sobre os aspectos potencialmente prejudiciais da questão e pediu para refletir sobre o assunto no final de semana, antes de tomar uma decisão.
O encontro entre os ditadores teria ocorrido em 30 de março de 1974, com os generais do CIE, Milton Tavares de Souza (então comandante do centro) e Confúcio Danton de Paula Avelino (que assumiria o comando do CIE posteriormente). Ainda segundo o documento, o general Milton Tavares de Souza afirmou, na reunião, que cerca de 104 pessoas que entraram na categoria de subversivos foram sumariamente executadas pelo CIE no ano anterior.
Mais especificamente, no dia 1º de abril, Geisel informou ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que era preciso assegurar-se de que apenas “subversivos perigosos” fossem executados. Os militares acertaram também que o CIE deveria dedicar quase todos os esforços ao combate da “subversão interna”. O número 99 faz parte de uma série intitulada Foreign Relations of the United States (Relações Exteriores dos Estados Unidos) e documenta a história das relações dos Estados Unidos com a América do Sul entre 1973 e 1976.
O Exército Brasileiro informou em nota algo óbvio frente a essa notícia, que os documentos que poderiam comprovar as afirmações foram destruídos, de acordo com norma da época que visava preservar informações sigilosas. “O Centro de Comunicação Social do Exército informa que os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época – Regulamento da Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (RSAS) – em suas diferentes edições”.
Vindo para os dias atuais, em meio a um golpe de Estado e frente a dezenas de ameaças dos militares novamente, temos que ter claro então que o “grau” dessa ditadura que os golpistas querem estabelecer está sendo definido pela luta, ou seja, pelo nível de repressão possível de ser exercido, e pelo intensidade da reação do movimento operário. Esses militantes que combateram a ditadura de 64 eram pessoas decididas politicamente, não cederiam à prisão ou ameaças desta, por isso a ditadura recorreu os métodos mais horrendos para acabar com a oposição.
Aqueles militantes derrubaram aquela ditadura com muita luta, mobilizações, greves operárias de massas que foram aumentando nos últimos anos próximo a 1985 e colocando o povo nas ruas. O mesmo método e o mesmo fim deve ter o atual governo golpista, que retirou Dilma Rousseff e prendeu Lula sem provas. Devemos lutar consequente para derrotar esses verdadeiros fascistas.
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