O Brasil, que havia se tornado um dos mais importantes protagonistas globais nos governos Lula e Dilma, virou objeto de desprezo e repulsa com Temer. Nem os “patrões”, os líderes do governo dos EUA, querem sair na foto com o presidente golpista do país. Em fevereiro, o então secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, excluiu o país de sua primeira viagem oficial para a América Latina. O Brasil de Temer foi trocado por Argentina, México, Peru, Colômbia e Jamaica. Agora, foi a vez do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, cancelar a viagem programada ao Brasil em 30 de maio. Donald Trump ignora o Brasil completamente.
Nem mesmo o fato de governar dobrado diante dos EUA tem servido para Temer merecer alguma consideração. Na última quinta-feira (26), um funcionário de décimo escalão do governo Trump ligou para o negociador do governo brasileiro e avisou: vocês têm 24 horas para aceitar nossa proposta de limitação de exportações, senão nós vamos impor as tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio (leia aqui reportagem sobre o assunto). Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mello Lopes, o Brasil conduziu-se na negociação de tal forma que acabou sendo colocado diante da opção de “pegar ou largar”. O governo Temer cedeu à chantagem na hora, relegando o país ao lugar de um anão no cenário global, recolonizado pelo Império.