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Antes de ontem, Paulo Guedes tem seu momento apologético, com os dados de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Sustentou que foram os melhores resultados desde o início da série, nos anos 90.

Se a afirmação fosse de um leigo, se diria que é por ignorância. Sendo de Guedes, pode-se afirmar que é uma mentira intencional. No ano passado, houve mudança na metodologia do CAGED – em pleno reinado de Guedes – visando justamente mascarar a precariedade do emprego. Incluíram-se estágios, empregos provisórios etc. Justamente por isso, os dados não são comparáveis com séries anterior a 2020.

Ontem, o PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou o desastre do mercado de trabalho.

O período analisado foi de novembro e janeiro de 2021. Comparado com o trimestre out-dez 2020, o quadro foi o seguinte:

Aumento de 193 mil pessoas na Força de Trabalho – isto é, população apta a trabalhar.
Redução de 154 mil pessoas na População Ocupada.
Aumento de 347 mil pessoas na População Desocupada.
Aumento de 119 mil pessoas fora da Força de Trabalho.
O carnaval de Paulo Guedes foi em cima das comparações em relação a 12 meses atrás. Confira nos dados do IBGE, as estatísticas de nov-jan de 2021 em relação a nov-jan 2020:

Redução de 5,8 milhões da Força de Trabalho.
Redução de 8 milhões na População Ocupada.
Aumento de 2,4 milhões na População Desocupada.
Aumento de 10,6 milhões na população Fora da Força de Trabalho.
Aumento de 13 milhões de pessoas entre Desocupados e Fora da Força de Trabalho.
Não é apenas isso. Comparando-se os últimos indicadores com a série histórica desde jan-março de 2012, tem-se os seguintes dados.

Desocupados e Subocupados: o índice de 21% é o maior da série. Dos 107 períodos analisados, apenas o período jul-set 2020 foi do mesmo nível.
A participação na Força de Trabalho foi de 56,8. Dos 107 períodos analisados, em 98 os números foram superiores e em apenas 6 foram menores, sendo 3 iguais.
Os desalentados na Força de Trabalho chegaram a 5,3%. Apenas os períodos de jun-ago 2020 e jul-set 2020 foram levemente superiores, 5,4.
Em 12 meses, a indústria perdeu 1,2 milhões de empregos, o comércio e reparação de veículos quase 2 milhões, alojamento e alimentação 1,5 milhões e serviços domésticos 1,3 milhão. Houve ganho apenas em Agricultura, com mais 257 mil empregos e na Administração Pública, com mais 205 mil.

A redução drástica da renda emergencial não ajudará em nada a recuperação. Com a força da segunda onda de Covid-19, e a necessidade imperiosa de lockdown, esses dados tendem a piorar.

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