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Em nome da democracia, dos direitos sociais e da soberania nacional, o povo vota hoje em Lula para presidente do Brasil, escreve José Reinaldo Carvalho

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Lula, campanha eleitoral 2022 (Foto: Ricardo Stuckert)

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O dia de hoje, 2 de outubro, poderá se tornar uma das datas mais gloriosas da História do Brasil e da trajetória de lutas do povo brasileiro.

Tudo indica que hoje o Brasil pode se libertar do fascismo com a eleição de Lula no primeiro turno. Assim o demonstra a pesquisa do Ipec divulgada na noite de sábado (1), que aponta vitória de Lula no primeiro turno com 51% dos votos válidos. É o que dizem as ruas. É o clamor que provém do Brasil profundo, dos grandes aglomerados urbanos, dos centros de trabalho, das escolas e universidades, dos campos e cidades. É o que opinam as forças emergentes, vivas e dinâmicas da nação, na voz de trabalhadores, intelectuais, empreendedores, parte importante do empresariado nacional, lideranças políticas democráticas de todos os setores políticos, exceto a extrema-direita bolsonarista. É a vontade expressa do povo brasileiro, manifesta por meio da ampla frente democrática e da unidade patriótica e popular. 

Durante 3 anos e 9 meses, desde que Jair Bolsonaro ocupou o Palácio do Planalto como resultado de eleições atípicas que ele venceu porque o maior líder popular da história do Brasil foi impedido à força de concorrer, ouviu-se em diferentes ocasiões o pedido pelo afastamento deste que se tornou o pior governante do Brasil de todos os tempos. “Basta de Bolsonaro”, “Fora Bolsonaro”, “Renúncia”, “Impeachment” e outras expressões equivalentes foram veiculadas intensamente, em panelaços, manifestações, sessões parlamentares, festas e todo tipo de reuniões populares. O afastamento de Bolsonaro da Presidência da República tornou-se uma questão de emergência e salvação nacional. Chegou o momento de realizá-la. 

Retirar Bolsonaro do poder foi a ideia-força dos movimentos democráticos, o sentimento preponderante na população, o fator que pelos caminhos mais tortuosos deu liga, consistência e força a um amplo movimento oposicionista no Brasil. 

Tudo o que o povo brasileiro desejava e pelo que lutou desde a posse de Bolsonaro era o fim destes tempos trágicos, o fechamento deste ciclo de infelicidade e sofrimento do povo. 

Jair Bolsonaro excedeu-se em declarações e atitudes que agridem a democracia, o bom senso, a justiça, as aspirações e a opinião majoritária da sociedade. À frente do Poder Executivo, empenhou-se para converter-se em tiranete à frente de um regime ditatorial e fascistoide que pretendeu soerguer, a serviço de seus próprios interesses, de seu clã e apaniguados. Em incessantes atos de traição nacional, trabalhou para submeter o Brasil a interesses alienígenas e da extrema-direita mundial. 

O ocupante do Palácio do Planalto massacrou o povo, roubou-lhe os direitos, antes assegurados pelas políticas públicas dos governos de Lula e Dilma. Suas ruinosas ações levaram a fome a milhões de lares brasileiros. Ele agrediu os anseios e direitos democráticos, as conquistas sociais e pôs em risco a sobrevivência da nação e do povo, ao sabotar a aquisição de vacinas contra a covid e opor-se às indispensáveis medidas preventivas e de controle de uma epidemia devastadora que efetivamente se transformou em tragédia nacional.   

Bolsonaro afrontou as instituições, a Constituição, as leis e o prestígio do país, a tal ponto que mesmo personalidades e forças políticas que ajudaram a pavimentar o caminho golpista que o levou ao poder foram dele se afastando e ao final da campanha eleitoral aderiram à oposição. 

A luta pelo afastamento de Bolsonaro só se tornou possível porque o povo brasleiro contou com a liderança de Luís Inácio Lula da Silva, que alguns aventureiros, capitulacionistas e oportunistas vaticinaram como politicamente morto. Entre 2018 e 2021 ouviram-se estridentes vozes propondo uma falsa terceira via, que seria o eixo de uma esdrúxula frente representativa da “despolarização” que excluiria precisamente o seu fator mais dinâmico. Para ventura do povo brasileiro e mercê da sua luta e da persistência de Lula, extraída das suas arraigadas convicções e determinação de mudar o país, o maior líder popular saiu da prisão reenergizado, rejuvenescido e mais disposto do que nunca a liderar o polo democrático, patriótico e popular da sociedade brasileira. Sem este fator não teria sido possível alcançar a frente ampla que ao fim e ao cabo se formou, porquanto uma frente ampla democrática só pode ser construída na existência de um polo capaz de aglutinar forças. 

A vitória democrática e popular a ser conquistada hoje, com o voto em Lula, será fruto da sua capacidade de interpretar os anseios do povo brasileiro, de ser porta-voz de suas reivindicações, portador das suas esperanças. Resultará outrossim de toda uma força acumulada em uma miríade de combates e batalhas, da mobilização que nunca cessou e da união que enfim está prevalecendo contra todos os intentos de divisão. Esta união se traduz na mensagem de esperança na mudança, na expectativa da realização de um programa de governo que em essência é democrático, social, popular e patriótico, voltado para o desenvolvimento nacional em todas as dimensões e a inserção soberana do país em um mundo conturbado e complexo.

A vitória democrática a ser conquistada hoje será fruto também da grande união de forças democráticas independentemente de filiação política, ideologia, convicção filosófica ou credo religioso, união que será a gênese de um governo de coalizão vocacionado a reconstruir o Brasil e redimir o povo brasileiro. 

Em nome da democracia, dos direitos sociais e da soberania nacional, o povo vota hoje em Lula para presidente do Brasil. 

Por José Reinaldo Carvalho, 247

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