O caso Palocci é um exemplo gritante da ditadura judicial imposta pela Lava Jato. Os procuradores “exigiram” que Palocci trocasse de advogado. O novo defensor de Palocci é Adriano Bretas.
Bretas é um dos queridinhos de Curitiba. Tem sido chamado para dar palestras e escrever artigos sobre delação premiada, nas quais elogia Sergio Moro e as prisões preventivas.
Foi também responsável pelas costuras feitas entre figuras como Delcídio do Amaral e Alberto Youssef e os procuradores da Lava Jato. Tem feito a mesma coisa, no momento, para Renato Duque.
O uso dos mesmos advogados para vários delatores é uma prática antiga da Lava Jato. Ela permite que vários delatores combinem a mesma narrativa, naturalmente aquela que interessa aos procuradores.
Por isso mesmo, este é um ponto que deveria ser regulamentado no código do processo penal. Um réu que optasse pela delação premiada jamais poderia usar o mesmo advogado de outro réu que também fizesse delação. Justamente para evitar qualquer tipo de combinação.
Combinar delações é uma maneira de dar “ares de veracidade” a uma mentira.
Não foi só isso. Os procuradores também condicionaram a própria liberdade de Palocci à sua desistência de pedir habeas corpus junto ao STF. Os procuradores temem uma outra “derrota” da Lava Jato no plenário do STF, que poderá decidir que o ex-ministro tem direito a aguardar o seu julgamento em liberdade.
Sergio Moro enviou, há alguns dias, um ofício ao STF pedindo ao ministro Fachin que não dê liberdade provisória a Palocci. A liberdade destrói a estratégia da operação, que é inteiramente baseada na chantagem prisional: delação ou as masmorras da Globo em Curitiba.
No mundo grotesco da delação premiada e da Lava Jato, é a procuradoria quem escolhe o advogado do réu. No caso de João Santana, o seu advogado é irmão de um procurador da Lava Jato. Assim fica tudo em família, que inclusive se enriquece com a tortura psicológica do réu.
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Na Forum
“Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo”, diz ex-advogado
13 de maio de 2017
José Roberto Batochio decidiu deixar a defesa do ex-ministro, que optou pela delação premiada na Operação Lava Jato
Por Redação
O advogado José Roberto Batochio decidiu deixar a defesa do ex-ministro Antonio Palocci e se manifestou publicamente contra os acordos de colaboração e as prisões preventivas determinadas pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.
Ele comparou Curitiba, onde Palocci está preso, a Guantánamo, em Cuba, onde fica a prisão americana para acusados de terrorismo. “Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo meridional”, declarou.
O ex-ministro, ao optar pela delação premiada, teria comunicado ao criminalista que a saída dele da causa foi uma “primeira exigência” da força-tarefa da Lava Jato, já que Batochio, “por princípio”, não defende clientes que escolhem fazer esse tipo de acordo.
Em nota, José Roberto Batochio reforçou que a delação premiada é uma “espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais”.
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