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Apesar de violar as políticas da rede, publicações que incentivavam pessoas a participar do terrorismo bolsonarista em Brasília continuam disponíveis na plataforma até hoje

Elon Musk (à esq.), Luiz Inácio Lula da Silva e a marca do Twitter
Elon Musk (à esq.), Luiz Inácio Lula da Silva e a marca do Twitter (Foto: Robyn Beck/Pool via REUTERS | REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Kacper Pempel)

Elon Musk se reuniu com o governo Lula após 8/1, mas se negou a combater golpismo no Twitter e criticou Moraes · Após uma onda de postagens de golpistas no Twitter incentivando colegas bolsonaristas a participarem do terrorismo praticado em Brasília no dia 8 de janeiro – inclusive relatando os acontecimentos diretamente da Praça dos Três Poderes -, a advogada Estela Aranha, que viria a ser nomeada assessora especial de direitos digitais do Ministério da Justiça, alertou a plataforma sobre conteúdos ilegais.

Dias depois da eclosão dos atos de vandalismo, o governo brasileiro convocou uma reunião com representantes das principais redes sociais do mundo: Twitter, Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp), TikTok e Google (dona do YouTube). Ocorre que, de acordo com reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello na Folha de S. Paulo, o próprio Elon Musk, o bilionário proprietário do Twitter (hoje X), participou do encontro virtual em 12 de janeiro. Na ocasião, em vez de colaborar, ele preferiu defender importância da “liberdade de expressão” e não se comprometeu a remover postagens que incitavam a violência.

Em uma das publicações de 8 de janeiro no Twitter, um bolsonarista dizia: “o exército bloqueou a entrada de ônibus e carros no QG de Brasília. Os Patriotas foram lá e acabaram com o bloqueio. Agora é guerra. Vamos ocupar o Palácio do Planalto o STF e o Congresso! Intervenção militar!” Um vídeo estava anexo ao post, e a gravação falava “abrimos o cordão de isolamento… Tá passando todo mundo… Vamos entrar e tomar o que é nosso… Já chega… Vamo pra guerra, porra”.

Apesar de violar as políticas do Twitter, o tuíte e o vídeo que instigavam uma “guerra” e a invasão de prédios públicos continuam disponíveis na plataforma até hoje. O encontro revelou a contradição de Musk em relação à desinformação e à segurança online, enquanto funcionários do governo enfatizaram a necessidade de aplicar as regras da plataforma. O bilionário, inclusive, chegou a dizer que havia excessos nas decisões de um determinado “juiz”, em referência a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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