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Plenária “Mulheres Negras e as Eleições Municiais” reuniu pré-candidatas de todo o Brasil para definir estratégias com foco nos pleitos de outubro

A atividade marcou o encerramento do Julho das Pretas

Com falas potentes, depoimentos profundos, trocas de incentivos e apoios para as eleições municipais, foi realizada, na noite de quarta-feira (31), a plenária virtual “Mulheres Negras e as Eleições Municipais”   promovida pelas Secretarias Nacionais de Mulheres e de Combate ao Racismo do PT. 

O encontro que pode ser classificado como o aquilombamento das mulheres negras do PT reuniu pré-candidatas de todo o Brasil e dirigentes, além da deputada federal Reginet Bispo (PT-RS) e do ex-ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do primeiro Governo Lula, Matilde Ribeiro. A atividade foi realizada para encerrar o Julho das Pretas . 

A secretária nacional de Mulheres do PT e pré-candidata a vereadora por Manaus (AM), Anne Moura, destacou a importância de uma política ser ocupada  por mais mulheres negras – opinião compartilhada por todas as participantes.

“Entendemos que uma política representativa está muito distante do que a gente gostaria que fosse, sendo que a maioria da população é negra e mulher. Lutamos para que estas eleições retratem a sociedade brasileira. Quando a gente não se sente representada, a gente tem que ocupar a política. Se não fossem as cotas de gênero e raciais talvez a gente não conseguisse mudar a política. Quando a gente investe em candidaturas negras e de mulheres a gente muda a política. que haja representatividade e com a cara do povo”, afirmou.

Ela parabenizou ainda todos os pré-candidatos: “quero dizer a todos vocês que estão com nome colocado que vocês já são vencedores. Não é fácil para as pessoas contarem as várias jornadas que temos. E agora imagine colocar o nome à disposição e ainda fazer política?! Ou a gente ocupa a política com o nosso corpo político ou ninguém vai defender aquilo que a gente acredita.”

A segurança também reforçou a importância de as companheiras ficarem atentas na defesa na hora do repasse dos 30% dos recursos vindos do fundo eleitoral. Ela ainda ressaltou para os pré-candidatos que o projeto Elas por Elas disponibiliza vários produtos de comunicação que podem ser acessados ​​e que irão auxiliar na disputa eleitoral. “Queremos eleger mais mulheres, mas sobretudo mais mulheres negras. E vamos repetir o que fizemos desde 2018, que é ampliar as nossas bancadas, e 2024 será o nosso ano. É um compromisso nosso eleger mais mulheres negras”, cerrou Moura. 

Na intervenção do secretário nacional de Combate ao Racismo, ele informou que o mote da campanha deste ano é “um voto com raça e com classe”. Segundo ele, com a ascensão das candidaturas negras vistas nas últimas eleições, e com a conquista de recursos para candidaturas negras, “começou uma ocorrência conservadora”.

“Uma parcela da população brasileira não quer ver mulheres e pessoas negras em posição de poder, quer que continuemos no leito do rio que a escravidãocracia colocou nossos ancestrais. Quando as pessoas surgiram a ver mulheres negras nos espaços de poder, há uma ocorrência conservadora e isso começa a nos atingir, mas eles esquecem que as mulheres negras são a maioria da população”, contextualizou Chaves. 

Em sua fala, o secretário afirmou ter “certeza absoluta de que nossos antepassados ​​têm orgulho porque seus descendentes estão fazendo tudo para honrar a luta que tiveram no passado. Para ele, a presença das mulheres negras é uma marcha potente que não tem mais como parar, “e aquelas que nos querem parar serão atropeladas pela nossa essência.

A ex-ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do primeiro governo Lula, Matilde Ribeiro, também participou do encontro virtual. E deixou uma mensagem de apoio e incentivo aos presentes: “Temos que gastar um apoio mais de energia em todos os momentos políticos para revermos nossas estratégias de luta e campanha. Não dá para a gente se calar diante de situações que nossa história, memória e vida não sejam consideradas. devemos seguir em frente e coletivamente. É fundamental que tenhamos mais mulheres e homens negros sentados nas casas legislativas. É tudo nosso, como disse o rapper Emicida.”

Na sequência, a secretária nacional de Juventude, Nádia Garcia, compartilhou que as mulheres pretas do PT a ensinam todos os dias a caminhar “no intuito de construir uma política que tenha nossa cara, mas também me ensinam que sem os nossos corpos ocupando os espaços de poder, não existe política. Se as mulheres negras não participarem da política, não votarem não há eleição.” 

Assim como Moura, ela também parabenizou as mulheres negras que colocaram os nomes à disposição para a disputa eleitoral: “Tenho o prazer de dizer que o PT é o partido que mais elegeu jovens mulheres negras justamente pelo entendimento do partido de que era hora de investir na juventude e no povo preto. Que a gente consiga esses espaços porque ainda vai ter muita jovem preta ocupando a política. Eu quero colocar mulher preta nessas câmaras municipais para que a gente seja as primeiras, mas não as últimas”, encerrou Garcia.

Atenção à segurança das candidatas 

A deputada federal Reginete Bispo defendeu que as mulheres negras tenham segurança reforçada para a disputa, tendo em vista a crescente de casos de violência política de gênero: “Nós, mulheres negras, precisamos estar atentas e unidas para garantir que cada uma de vocês estejam protegidas do ponto de vista de raça e de gênero.”

Na avaliação da parlamentar, quando as mulheres negras se propõem a entrar nas disputas eleitorais  as dificuldades se multiplicam: “A democracia brasileira só vai se consolidar efetivamente quando nós, mulheres negras, estivermos nesses espaços, porque somos o maior povo populacional e, junto dos povos indígenas, carregamos uma luta de resistência e essa expertise precisa estar nas câmaras municipais. Temos que ter a consciência de que essa justiça não virá se não estivermos neste espaço. Quando se trata da emancipação das mulheres negras é fundamental haver a unidade. Queremos eleger em cada cidade uma mulher negra e isso é uma semente para 2026 porque é no Parlamento  que se decide a vida do país”.

Encerrando as falas, Iêda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), defendeu que o governo federal entre em uma campanha nacional de enfrentamento ao racismo. “Todas as candidaturas negras têm que ser protegidas, temos que dizer que o partido tem que olhar com prioridade a pauta das candidaturas negras. Precisamos conversar mais e decidir como vamos vencer as eleições nesses dois meses, temos que ajudar coletivamente a divulgar as campanhas, compartilhar, curtir e divulgar em todos os lugares as candidatas do PT. Nada melhor do que uma campanha para unir as mulheres negras.” 

Resolução 

Ao final das disciplinas, Janaina Fernandes, secretária adjunta da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo e integrante da Coordenação do Fórum Nacional de Mulheres Negras Petistas, atendeu as demandas das pré-candidatas. Segundo ela, a partir de todas as falas com reivindicações e observações, será construído um documento que será apresentado às duas Secretarias.

Com informações do PT Org

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