O papa Francisco recebeu, nesta manhã, o embaixador Celso Amorim, que foi chanceler do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Defesa da presidente deposta Dilma Rousseff. No encontro, as palavras usadas pelo pontífice para se referir à situação brasileira foram ‘interesse e preocupação’, o que demonstra que ele acompanha de perto a crise política e institucional brasileira. No encontro com Amorim, o papa recebeu o livro ‘A Verdade Vencerá’, em que Lula narra sua luta contra tribunal de exceção que o persegue no Brasil, e enviou uma benção a Lula.
Antes da audiência de hoje, o papa já havia condenado ataques à democracia feitos pela mídia e pelo Judiciário e também enviado um rosário abençoado a Lula, por meio de Juan Grabois, consultor do Vaticano. A mensagem sobre democracia ocorreu no dia 17 de maio, na Casa Santa Marta, no Vaticano, na sua homilia. Em um trecho intitulado “Intrigar: um método usado também hoje”, o Papa parece ter se dirigido ao Brasil, ao golpe e à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao fazer uma descrição exata da nossa atual situação política. De acordo com transcrição literal do Vatican News, o Papa Francisco disse: “a vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”.
No caso do consultor Juan Grabois, o Vaticano também divulgou uma nota, transcrita abaixo:
O advogado argentino Juan Gabrois é Consultor do ex-Pontifício Conselho Justiça e Paz, que passou a fazer parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e é o coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco.
Grabois concedeu uma entrevista (https://youtu.be/A7F-C1Bi5Q0) depois de ter sido impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses. Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado.
Grabois disse que está muito preocupado com a situação política no Brasil e em vários países da América Latina. Enfim, disse estar muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço.