“Autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas”, afirmou o ministro da Fazenda
Nesta terça-feira (2), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), enfatizou a importância de uma comunicação clara e coerente sobre a autonomia do Banco Central (BC) e a rigidez do arcabouço fiscal como medidas cruciais para conter a valorização do dólar em relação ao real, informa o jornal O Globo. Em coletiva de imprensa, Haddad afirmou: “eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central como o presidente fez hoje de manhã quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas”.
A declaração do ministro foi feita no mesmo dia em que o presidente Lula (PT) abordou a gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Durante entrevista, Lula reiterou suas críticas ao que considera um “viés político” na atuação de Campos Neto, mas ponderou sobre a necessidade de manter a autonomia do BC. “A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do BC não fique vulnerável às pressões políticas”, afirmou Lula. “No entanto, o Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro, ele é um banco do Estado”.
Paralelamente, em uma palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu em Portugal, Campos Neto comentou sobre a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. Ele atribuiu a interrupção aos “ruídos” relacionados às expectativas sobre a política fiscal e monetária do Brasil. “Isso teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas: uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre o futuro da política monetária”, disse Campos Neto. No dia 19 de junho, o Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano, quebrando uma sequência de sete reduções consecutivas que começaram em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%. A decisão foi contrária aos desejos do presidente Lula, que vinha expressando perplexidade com a manutenção da taxa de juros nesse nível elevado.
Com informações do Brasil 247
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