Os primeiros depoimentos são de dois ex-integrantes da SSP-DF escolhidos pelo ex-secretário. Integrantes da comissão parlamentar investigam quais foram os motivos que levaram às falhas de segurança na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Integrantes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) nomeados pelo então secretário Anderson Torres vão depor, na manhã nesta quinta-feira (2/3), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos instalada pela Câmara Legislativa do DF.
Para esse primeiro momento, a mira da CPI é a equipe exonerada da pasta logo depois dos ataques terroristas de 8 de janeiro. O ex-secretário-executivo e delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira vai depor às 10h. Logo após, a oitiva será da ex-subsecretária de Inteligência e também delegada da PF Marília Ferreira Alencar.
O relator da CPI, Hermeto (MDB), quer ouvir a versão dos depoentes sobre as falhas na segurança para proteger as sedes dos Três Poderes. “Queremos saber do planejamento (prévio), o que levou o secretário-executivo a mandar um áudio para o governador (Ibaneis Rocha) o acalmando, quando se sabia que havia a chance de acontecer o que aconteceu. Por que ele não mensurou que era necessária uma reunião com o comando da Polícia Militar? A informação que temos é que, naquele momento, não havia 10% do efetivo que deveria estar ali”, disse ao Correio.
O distrital quer detalhes do planejamento deixado por Anderson Torres, antes de sair de férias antecipadamente, e se ele realmente foi seguido. “Ela (a subsecretária de Inteligência) tinha as informações do planejamento dos atos. Queremos saber o que aconteceu para que eles (o comando da SSP) não colocassem efetivo suficiente no local. Tivemos informações sobre falhas e vamos apurar”, ressaltou.
O relator não teme que os depoentes busquem a Justiça para não prestar depoimento ou se manterem calados. “O depoente terá o direito de ficar calado. É um direito. Mas, em tese, pode parecer um atestado de culpa”, reagiu.
Vice-presidente da CPI, a deputada Jaqueline Silva (sem partido) detalhou que tudo que era possível para o andamento da investigação, por parte da autoridade policial, está sendo feito. “Todos estamos trabalhando no sentido de buscar informações relevantes e que venham acrescentar ao que os demais órgãos de investigação já alcançaram. Nosso objetivo é perseguir a verdade quanto às responsabilidades e condutas, atuando com transparência e independência. Desta forma conseguiremos apresentar o resultado que a população aguarda”, disse.
Datas definidas
O calendário da CPI para março está fechado. Após a oitiva de Sousa, Marília e Torres, os integrantes da comissão pretendem ouvir dois coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF): Jorge Eduardo Naime e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues. Eles são ex-comandantes e estavam na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro. A oitiva deles está marcada para ocorrer em 16 de março.
O ex-secretário da SSP-DF delegado Júlio Danilo deve ser ouvido pelos distritais no dia 23, assim como o tenente-coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto. Em 30 de março, será a vez do ex-comandante e coronel Fábio Augusto Vieira.
Internamente, os parlamentares estão mais ansiosos para ouvir Anderson Torres. O depoimento dele está marcado para o dia 9, mas é necessário que ele deixe a prisão para ser ouvido pelos deputados. Para isso, a Procuradoria-Geral da CLDF encaminhou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado intimou a defesa do ex-secretário para se manifestar.
Após a oitiva de todos os depoentes, nessa primeira fase, existe a expectativa de serem lidos outros itens para discussão e votação sobre a convocação de mais envolvidos. Entre eles, estão os envolvidos na tentativa de atentado de bomba na véspera de Natal, no Aeroporto de Brasília; e do interventor federal da segurança pública Ricardo Cappelli.
A comissão de inquérito é formada por Chico Vigilante (PT) — presidente; Jaqueline Silva — vice-presidente: Hermeto — relator; Pastor Daniel de Castro (PP), Robério Negreiros (PSD), Joaquim Roriz Neto (PL) e Fábio Felix (PSol).
SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS
jornaltaguacei.com.br
ceilandiaemalerta.com.br