Nova gestão começa no momento de novas adesões ao bloco e sob a ameaça de retaliação do futuro ocupante da Casa Branca, pois integrantes discutem alternativa ao dólar para transações comerciais

Lula e os dirigentes dos países fundadores do Brics. Brasil conduzirá debate sobre moeda substituta ao dólar – (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
O Brasil assumiu, desde ontem, a presidência rotativa do Brics em meio a expansão do bloco, que, este ano, contará com ao menos nove novos membros. Apesar de as agendas da gestão brasileira serem, sobretudo, a reforma da governança de organismos internacionais e desenvolvimento sustentável com inclusão social, o principal desafio está na convivência com o futuro governo de Donald Trump, cuja presidência promete confrontar o multilateralismo, além das ameaças de retaliação comercial contra pelo menos dois integrantes do bloco — China e Brasil
Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o governo brasileiro tem, entre os desafios, o de articular a participação dos novos membros. Está no radar, ainda, a continuação da construção do sistema de pagamento com moedas locais no comércio entre os países, em substituição ao dólar.
Neste ano, nove países ingressam no Brics: Cuba, Bolívia, Indonésia, Belarus, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão foram confirmados pela Rússia — que ocupou a presidência do Brics em 2024 — como novos membros. A chegada do Brasil à presidência rotativa dificulta ainda mais a inclusão da Venezuela, como pretendia Moscou. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a entrada do país vizinho e, em reação, sofreu uma série de ataques verbais do ditador Nicolás Maduro.
Treze países foram convidados para participar do Brics. Espera-se, ainda, que Nigéria, Turquia, Argélia e Indonésia confirmem o convite. A assessoria do Ministério das Relações Exteriores (MRE), porém, não confirmou em qual categoria os nove países devem ingressar no grupo — se como parceiros ou como membros efetivos. Diferentemente dos membros efetivos, os parceiros podem participar das reuniões e dos encontros, mas não têm poder de voto ou veto, uma vez que as decisões do Brics são tomadas por consenso.
Em 2024, o bloco já havia recebido cinco novos membros efetivos, chegando a 10 países. Até então formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics incluiu no ano passado Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Arábia Saudita. A Arábia Saudita, apesar de não ter assinado a adesão ao grupo, tem participado de todos os encontros.
A iniciativa de substituir o dólar por moedas locais levou Trump a ameaçar as nações que abandonarem a moeda norte-americana por meio de aumento da taxação dos produtos desses países. Para o professor de direito internacional Paulo Borba Casella, do Grupo de Estudos sobre o Brics (Gebrics) da Universidade de São Paulo (USP), o presidente eleito dos Estados Unidos não tem condições de impor tarifas a todos os países do Brics sem prejudicar a economia dos próprio país.
O bloco representa mais de 40% da população global e 37% do PIB mundial por poder de compra, superando o peso econômico do G7, que une os países mais industrializados do mundo.
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