Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS) afirma ser de uma gravidade espantosa a afirmação de Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, de que o juiz Sérgio Moro foi sondado por Jair Bolsonaro para ser seu ministro ainda durante a disputa eleitoral.
Nas redes sociais, Pimenta publicou nesta quinta-feira (1) que Mourão “revelou detalhes desta relação sórdida entre o verdugo do principal candidato (Lula) e o eleito (Bolsonaro)”. “Moro atuou na campanha como cabo eleitoral”, acrescentou.
Segundo o líder petista “é prova testemunhal da relação criminosa e perversa entre a Lava Jato e Bolsonaro”. “Quando Moro vazou a delação de Palocci, já sabia que se Bolsonaro fosse eleito ele seria ministro”.
O juiz autorizou a divulgação de trechos do acordo de delação do ex-ministro dos governos Lula e Dilma faltando seis dias para o primeiro turno das eleições.
Ainda segundo o deputado, “fica mais fácil de entender a implacável perseguição da Lava Jato a Lula, o desespero de Moro para que o Habeas Corpus fosse cumprido, e a decisão para que o petista permanecesse isolado durante a campanha, sem nenhum contato com a imprensa”.
No início de Julho, o juiz Rogério Fraveto, plantonista do Tribunal Regional da 4ª Região, determinou em despacho a soltura do ex-presidente. Horas depois, o juiz Moro, que estava de férias, desautorizou o magistrado da segunda instância, escrevendo em despacho que Favreto era “autoridade absolutamente incompetente” para determinar a soltura de Lula.
Após uma sequencia de decisões, o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, determinou que a prerrogativa de soltar Lula era do relator da Lava Jato no tribunal, João Pedro Gebran Neto, que decidiu que o ex-presidente deveria permanecer preso.
Sobre as entrevistas com o ex-presidente, no final de Setembro o ministro do STF Ricardo Lewandowiski havia autorizado a folha a entrevistar Lula na prisão atendendo a um pedido do jornal. Na mesma data, porém, o ministro Luiz Fux, vice da corte, suspendeu a decisão de Lewandowiski.
No início de Outubro, o ministro Dias Toffoli, reafirmou a decisão de Fux que determinou a censura, suspendendo a autorização para que o petista dê entrevistas.
No Twitter, Pimenta publicou ainda que, “não menos grave é a informação de que o procurador Carlos Fernando, um dos Golden Boys da Lava Jato, não só fará parte de uma eventual equipe de Moro, como durante a campanha já havia sido contatado e informado dessa possibilidade”.
Via Folha de S.Paulo
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