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Israel intensifica suas ações militares contra o Hezbollah, reacendendo um conflito que já conta com sete invasões anteriores

Tanques israelenses são vistos em uma estrada perto da fronteira de Israel com o Líbano, no norte de Israel, em 12 de outubro de 2023
Tanques israelenses são vistos em uma estrada perto da fronteira de Israel com o Líbano, no norte de Israel, em 12 de outubro de 2023 (Foto: REUTERS/Lisi Niesner)

Após o recente assassinato de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em um ataque aéreo israelense, o Oriente Médio volta a ser palco de tensões que já se arrastam por mais de sete décadas. Conforme informações divulgadas pela Reuters, Israel se prepara para realizar sua oitava invasão ao Líbano, com o objetivo de neutralizar as forças do Hezbollah e estabilizar a região fronteiriça, onde os combates recentes causaram a fuga de muitos israelenses.

A história entre Israel e Líbano é marcada por ciclos de conflitos, sendo que esta é a oitava vez que Israel invade o território libanês. Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, o Líbano, muitas vezes envolvido indiretamente, passou a ser um cenário constante de intervenções militares israelenses. Ao longo dos anos, essas incursões envolveram operações de retaliação, ocupações e grandes campanhas militares que deixaram cicatrizes profundas na história regional.

Um histórico de invasões

Desde 1948, Israel tem realizado uma série de operações militares no Líbano, cada uma marcada por motivações diferentes, mas com um pano de fundo comum: a presença de grupos armados que, ao longo dos anos, passaram a ameaçar o território israelense, como o Hezbollah e, anteriormente, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Veja a seguir um resumo das invasões anteriores:

Ano e Detalhes da Invasão

  • 1948 Durante a guerra árabe-israelense, o Líbano luta ao lado de outros países árabes contra a criação do Estado de Israel. Embora a invasão tenha sido limitada, marcou o início das tensões regionais.
  • 1968 Comandos israelenses destruíram 12 aviões no aeroporto de Beirute em resposta a um ataque da OLP a um avião israelense. A ação foi parte de uma campanha de represálias.
  • 1978 Em uma operação contra guerrilheiros palestinos, Israel invadiu o sul do Líbano, estabelecendo uma zona de ocupação. Foi a primeira invasão de larga escala, com o objetivo de impedir ataques fronteiriços.
  • 1982 Israel lançou uma invasão em grande escala, ocupando o Líbano até Beirute. O objetivo era expulsar a OLP e estabelecer uma presença militar significativa no sul. A ocupação durou 22 anos.
  • 1993 Em resposta a ataques do Hezbollah, Israel lançou a Operação “Contas de Sangue”, uma campanha de uma semana visando enfraquecer a capacidade do grupo de atacar o norte de Israel.
  • 1996 Com o aumento dos ataques do Hezbollah, Israel iniciou a Operação “Uvas da Ira”, que resultou em 17 dias de bombardeios, matando mais de 200 civis libaneses.
  • 2006 O Hezbollah sequestrou dois soldados israelenses, o que provocou uma nova invasão israelense. O conflito durou cinco semanas, causando a morte de mais de 1.200 libaneses, em sua maioria civis.
  • 2024 A oitava incursão israelense está em andamento, com ataques aéreos e incursões terrestres “limitadas e direcionadas” contra o Hezbollah, em resposta a ameaças crescentes na fronteira.

As consequências das invasões

Cada uma dessas invasões deixou um rastro de destruição e provocou deslocamento massivo de civis. A ocupação de 1982 a 2000 gerou um longo conflito de guerrilha, com o Hezbollah se fortalecendo como força de resistência local. Em 2006, a guerra entre Israel e o Hezbollah destruiu parte significativa da infraestrutura libanesa, além de provocar uma crise humanitária que até hoje deixa marcas profundas na sociedade libanesa.

Agora, com o aumento das tensões após o assassinato de Nasrallah, analistas temem que a nova invasão possa resultar em mais destruição e mortes, além de reacender o ciclo de violência que há muito tempo afeta a região. As ofensivas de Israel já começaram com bombardeios precisos e ataques terrestres limitados nas vilas do sul do Líbano, mas a expectativa é de que os confrontos se intensifiquem nas próximas semanas.

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Israel e Hezbollah estão em um impasse que tem se mostrado difícil de resolver por vias diplomáticas, com as operações militares sendo uma resposta recorrente para os momentos de crise. Mais uma vez, a população civil libanesa se encontra no centro de um conflito que, para muitos, parece não ter fim.

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