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“Sempre tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. Era uma das instituições que eu idolatrava”, disse Lula, que será “mais criterioso” na escolha do próximo PGR

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Lula diz que “perdeu a confiança” no Ministério Público após “quadrilha” da Lava Jato · O presidente Lula (PT) participou nesta terça-feira (1) do “Conversa com o Presidente” e falou sobre a sucessão na Procuradoria-Geral da República (PGR), assunto que vem ganhando espaço na imprensa com a aproximação do término do mandato do atual procurador-geral da República, Augusto Aras.

O presidente afirmou que escolherá “na hora certa”. “As pessoas já estão preocupadas com a sucessão do procurador-geral da República, com o outro membro da Suprema Corte. Ninguém nesse país tem mais experiência de escolher procurador do que eu, que já escolhi três. Entã eu vou escolher no momento certo, na hora certa, vou conversar com muita gente, vou ouvir muita gente, vou atrás de informações de pessoas que eu penso, vou discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. Tudo isso é um problema meu, que está dentro da minha cabeça, e quando eu tiver um nome eu indico. Simples assim, se ficar aquela aposta ‘vai escolher amanhã, vai escolher depois, é fulano, é ciclano’. Ninguém tem que ficar tentando adivinhar. Eu vou escolher a pessoa que eu achar que é melhor para os interesses do Brasil. Se der errado, paciência. Mas vou tentar escolher o melhor. E quero conversar com muita gente, porque eu acho que as pessoas precisam aprender a fazer bem para esse país”.

Lula também disse que será mais criterioso na escolha do comando do Ministério Público após ver como foi permitida a ascensão da “quadrilha” da Lava Jato anos atrás na corporação. “Eu sempre fui uma pessoa que tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. Era uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o Dallagnol montou, eu perdi muito a confiança. Eu perdi porque é um bando de aloprado, que acharam que poderiam tomar o poder. Estavam atacando todo mundo ao mesmo tempo, atacando o governo, atacando o Por Executivo, o Legislativo, atacando a Suprema Corte, todo mundo. Eles fizeram a sociedade brasileira refém durante muito tempo. Então obviamente que eu vou escolher com mais critério, com mais pente-fino para não cometer erro. Não quero escolher alguém que seja amigo do Lula. Eu quero escolher alguém que seja amigo desse país, que goste desse país, que não faça denúncia falsa, que não levante falso sobre o outro. Porque quem denuncia uma denúncia falsa sobre o outro e depois não prova deveria pagar as custas do processo, porque assim a gente consegue fazer as pessoas serem mais honestas e decentes nas suas decisões”.

“A sociedade brasileira, grande parcela dela, foi cooptada pela mentira. Se estabeleceu uma espécie de pacto. Seja o Ministério Público seja o juiz Moro, eles convenceram a sociedade de que tal coisa era verdade, e a sociedade embarcou através dos meios de comunicação. Era uma coisa unânime. Você não tinha pessoas que tinham coragem de resistir. Tinham pessoas que eram tão importantes para esse país e viraram pó. Muitas empresas importantes foram destruídas. Você poderia punir o diretor da empresa, mas não a empresa, causar quase quatro milhões de desempregos nesse país, quase que aniquilar a indústria de engenharia desse país, a indústria de óleo e gás. Em benefício de quem? Não foi do povo brasileiro. O resultado disso foi o maluco beleza que governou esse país durante quatro anos. O resultado disso foi o fascismo”, finalizou o presidente sobre a Lava Jato.

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