Os advogados do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid emitiram uma nota na qual afirmaram que “todas as movimentações financeiras são regulares e encontram amparo nas reservas financeiras e no patrimônio familiar” do militar.
O comunicado é uma resposta a um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou “movimentações atípicas” na conta bancária do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que teria recebido depósitos de R$ 1,4 milhão em um período de seis meses.
De acordo com o Estadão, a defesa disse que a quebra de sigilo de Cid já havia sido alvo de investigação da Polícia Federal em 2021: “Pela absoluta normalidade das transações, a autoridade policial não encontrou quaisquer indícios de ilegalidade e não procedeu com qualquer investigação nesse sentido”.
O levantamento produzido pelo Coaf, porém, parte da análise da movimentação bancária do tenente-coronel no período de julho de 2022 a maio deste ano.
Na mesma nota, os advogados de Mauro Cid citaram as movimentações financeiras que ganharam repercussão, como a de R$ 368 mil que ele enviou para os Estados Unidos enquanto Bolsonaro estava em solo norte-americano.
Sobre essa transação, a defesa disse que o envio de dinheiro para o exterior foi uma “transferência de patrimônio, devidamente declarada, de sua conta no Brasil para conta de mesma titularidade nos Estados Unidos”.
Os advogados também classificaram resgates de investimentos para “quitação de contas familiares” e “aquisição de imóvel”, além da tomada de um “empréstimo familiar”. Tudo teria sido “devidamente declarado”.
O Coaf destacou que a “movimentação elevada” pode “constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se”.
No relatório, o conselho destrinchou as movimentações financeiras de Mauro Cid e chamou a atenção para quatro nomes: um militar preso pela Polícia Federal, um ‘caixeiro viajante’, um ourives e um empresário, tio da mulher do militar.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está preso desde maio no Batalhão de Polícia do Exército, sob a acusação de fraude em cartões de vacinação. O tenente-coronel também teve envolvimento no escândalo das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que o ex-mandatário tentou trazer ilegalmente para o Brasil.
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