Presidente da comissão é pressionado após relatório do Coaf
A base do governo na CPMI do 8 de Janeiro pressiona o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), para que sejam pautados os requerimentos de quebra de sigilo bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Segundo a coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, o objetivo dos parlamentares é que a votação aconteça já na sessão da CPMI de quinta-feira (3), em que eles defendem que não haja depoimentos e, sim, somente análise de requerimentos.
Nos bastidores, os parlamentares veem a quebra de sigilos de Bolsonaro e de Michelle como prioridade e, no momento, as consideram mais importantes do que o depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres.
O motivo, segundo os deputados e senadores, seriam os relatórios enviados pelo Conselho e Controle de Atividades (Coaf) à CPMI. Os documentos apontaram movimentações financeiras atípicas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O relatório revelou que Cid movimentou cerca de R$ 3,2 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023. Desse total, há uma remessa de R$ 367 mil aos Estados Unidos no período em que ele e Bolsonaro estavam no país, após a derrota do ex-mandatário para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
O Coaf ainda enviou dados de Bolsonaro junto às informações de Mauro Cid, mesmo sem a CPMI ter feito o pedido. Eles apontam que o ex-presidente recebeu R$ 17 milhões em doações de bolsonaristas.
De acordo com o deputado Rogério Correia (PT-MG), a movimentação de Bolsonaro foi incluída pelo Coaf porque o ex-presidente figura como procurador legal do ex-ajudante de ordens na gestão de uma conta bancária.
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