Deltan Dallagnol tem de ser afastado imediatamente de suas funções de coordenador da Operação Lava Jato.
As mensagens reveladas hoje, em mais um capítulo da apuração do The Intercept, em conjunto com a Folha, não revelam apenas um comportamento aético do procurador, mas o cometimento de crimes.
Violou as funções legais, ao investigar não um fato, mas diretamente pessoas, no caso os ministros José Carlos Dias Toffoli e Gilmar Mendes, do Supremo, usurpou funções que seriam apenas da Procuradoria Geral da República e violou, com a cooperação dos funcionários da Receita postos à sua disposição, o sigilo fiscal de ambos.
A capa infamante de Veja sobre o atual presidente do Supremo, numa história que veio depois a mostrar-se falsa, foi gestada e produzida por ele.
Deltan ultrapassou todos os limites para retaliar quem, no Supremo, não ratificava automaticamente as ações de Curitiba e os desígnios de Sérgio Moro.
Sua invasão aos dados fiscais dos dois ministros é pior, sob qualquer aspecto, que o crime cometidos pelos “hackers de Araraquara”, não apenas porque ele é um agente de Estado violando a lei como usa, para isso, os órgãos da Administração Pública como instrumentos.
A história está detalhada na Folha e no The Intercept e não preciso repeti-la aqui, bem como o leitor e a leitora pode facilmente entendê-la pela transcrição dos diálogos.
O que importa, agora, é ver quais serão ( e se serão) as providências tomadas pela Procuradoria Geral da República e pelo Conselho Nacional do Ministério Público diante das evidentes transgressões legais de Deltan Dallagnol e outros procuradores.
POR FERNANDO BRITO
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